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Governo Trump questiona bancos no Brasil sobre aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes

Os bancos no Brasil estão sujeitos à lei porque mantêm representações nos Estados Unidos.

Governo Trump questiona bancos no Brasil sobre aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes
Governo Trump questiona bancos no Brasil sobre aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes (Foto: Reprodução)

O governo dos Estados Unidos enviou uma carta a bancos brasileiros nesta terça-feira (2) para questionar como as instituições estão cumprindo a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O comunicado foi feito pelo Ofac (Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros), órgão ligado ao Departamento do Tesouro americano, conforme informações da Folha de S.Paulo.


O envio da notificação ocorreu justamente no dia em que começou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF. Moraes foi incluído na lista de sancionados em julho e passou a ser alvo direto das restrições impostas pelo governo Trump. Pelas regras da Lei Magnitsky, todos os bens ou ativos que o sancionado tiver nos Estados Unidos devem ser congelados. Além disso, entidades financeiras e empresas americanas ficam proibidas de realizar qualquer tipo de transação. O alcance também afeta operações feitas por bandeiras internacionais de cartões de crédito, como Mastercard e Visa.


Possíveis punições aos bancos brasileiros

A notificação é considerada o primeiro passo para averiguar se as instituições brasileiras estão cumprindo as sanções. Caso o Tesouro conclua que houve descumprimento, pode aplicar sanções secundárias, como multas, ou até punir executivos dos bancos de forma individual.

Os bancos no Brasil estão sujeitos à lei porque mantêm representações nos Estados Unidos. Segundo interlocutores, ao menos uma instituição bloqueou o cartão de Moraes e, em substituição, ofereceu a ele um cartão Elo, de bandeira nacional, para que pudesse fazer pagamentos no país. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou não ter recebido das instituições informações sobre o comunicado do Ofac. “De todo modo, tais comunicados têm caráter confidencial e não são dirigidos à Febraban”, informou em nota.


Enquanto isso, aliados de Bolsonaro aguardam novas sanções contra autoridades brasileiras, incluindo integrantes do Supremo e do governo federal. Entre as medidas em discussão estão restrições de visto, punições financeiras e até a revisão de exceções na tarifa de 50% aplicada a produtos brasileiros. Pressão de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo

Recentemente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo se reuniram com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. No encontro, afirmaram acreditar que bancos brasileiros não estariam cumprindo integralmente as determinações do Ofac.


Os dois também anunciaram que voltarão a Washington nesta quarta-feira (3). O objetivo é intensificar a pressão sobre o governo dos Estados Unidos para que adote medidas contra o Brasil. A Lei Magnitsky é destinada a sancionar pessoas acusadas de graves violações de direitos humanos ou de corrupção. O governo Trump alegou que Moraes se enquadra na primeira categoria.


Segundo o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, o ministro efetuou “detenções preventivas injustas”, silenciou críticos políticos e ordenou o bloqueio de contas em plataformas digitais.


Além de Moraes, o governo Trump suspendeu a entrada nos EUA de outros sete ministros do STF: Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também teve o visto cancelado.

O alvo das medidas se estendeu ainda ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha: os Estados Unidos revogaram o visto de sua esposa e de sua filha de 10 anos, em retaliação ao Programa Mais Médicos.

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