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Câmara convoca Lewandowski após revelação de que filho advoga para empresa ligada ao PCC

A iniciativa é do deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM). No documento, ele argumenta que o vínculo profissional do filho do ministro com a empresa investigada “suscita sérias dúvidas sobre a compatibilidade ética e moral da permanência do ministro à frente da pasta responsável pelo combate ao crime organizado”.

Câmara convoca Lewandowski após revelação de que filho advoga para empresa ligada ao PCC
Câmara convoca Lewandowski após revelação de que filho advoga para empresa ligada ao PCC (Foto: Reprodução)

Comissão de Segurança questiona “conflito ético” e quer ouvir ministro da Justiça

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados decidiu convocar o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para dar explicações sobre a atuação de seu filho, Enrique de Abreu Lewandowski, como advogado de uma empresa investigada por ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Com maioria oposicionista, o colegiado deve aprovar o requerimento já na próxima sessão. Por se tratar de convocação — e não de convite —, o ministro não poderá se recusar a comparecer à audiência pública.

A empresa e a investigação da PF

Enrique Lewandowski integra a defesa da Terra Nova Trading, companhia investigada pela Polícia Federal (PF) em um esquema bilionário de fraudes e lavagem de dinheiro do PCC.

Segundo a PF, a empresa foi usada para gerar créditos tributários falsos, manipular preços em transações internas e lavar recursos do crime organizado. O escritório do advogado também foi citado em apurações envolvendo fraudes contra o INSS.

O requerimento e as críticas

A iniciativa é do deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM). No documento, ele argumenta que o vínculo profissional do filho do ministro com a empresa investigada “suscita sérias dúvidas sobre a compatibilidade ética e moral da permanência do ministro à frente da pasta responsável pelo combate ao crime organizado”.

O parlamentar acrescentou:

“Essa situação gera um conflito ético de enormes proporções e coloca sob suspeita a própria autoridade do Ministério da Justiça na condução das políticas de combate ao crime organizado. É inadmissível que a pasta responsável por coordenar as forças policiais esteja associada, ainda que de forma indireta, a agentes e empresas investigadas por corrupção, lavagem de dinheiro e financiamento de facções criminosas.”

Próximos passos

A audiência será marcada após a aprovação formal do requerimento e a notificação ao Ministério da Justiça, levando em conta a agenda de Lewandowski.

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