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Nepal: manifestantes invade Parlamento e políticos acusados de corrupção fogem

A invasão foi o auge de dois dias de protestos massivos liderados por jovens contra a corrupção e a censura nas redes sociais. Até agora, os confrontos com a polícia já deixaram ao menos 25 mortos e mais de 300 feridos.

Nepal: manifestantes invade Parlamento e políticos acusados de corrupção fogem
Nepal: manifestantes invade Parlamento e políticos acusados de corrupção fogem (Foto: Reprodução)

O Nepal mergulhou em um verdadeiro colapso nesta terça-feira (9), quando centenas de manifestantes tomaram de assalto o Parlamento e atearam fogo ao prédio, ignorando a renúncia do primeiro-ministro K.P. Sharma Oli anunciada horas antes.


Imagens transmitidas pela imprensa local mostraram colunas de fumaça negra saindo do complexo parlamentar, enquanto o Exército, mesmo presente no local, permaneceu inerte diante da destruição — não reagindo para conter a invasão nem para apagar o incêndio.


A invasão foi o auge de dois dias de protestos massivos liderados por jovens contra a corrupção e a censura nas redes sociais. Até agora, os confrontos com a polícia já deixaram ao menos 25 mortos e mais de 300 feridos.

A violência se espalhou pela capital, onde políticos e suas famílias passaram a ser alvos diretos. A casa particular de Oli foi incendiada, e outros líderes de alto escalão também sofreram ataques. O ex-primeiro-ministro Sher Bahadur Deuba foi atingido em sua própria residência, e sua esposa, Arzu Rana Deuba — atual ministra das Relações Exteriores — foi agredida em um episódio gravado e amplamente divulgado nas redes sociais.

Outros ex-chefes de governo e figuras políticas também tiveram suas casas destruídas, num ataque que analistas locais consideram uma ofensiva aberta contra a elite política do país.


Mesmo diante do caos, tentativas de solução institucional foram rejeitadas. Poucas horas antes da invasão, 20 parlamentares do Rastriya Swatantra Party (RSP) renunciaram em bloco, declarando que o Parlamento “perdeu sua legitimidade” e propondo a formação de um “governo civil interino”.


O partido também exigiu uma comissão judicial de alto nível para investigar a repressão, alinhando-se às críticas da Anistia Internacional e da ONU.

A queda de Oli veio após semanas de pressão, agravada pela renúncia de cinco ministros do próprio gabinete e pela incapacidade de conter a escalada violenta que agora coloca o Nepal à beira de um colapso total.

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