CPMI do INSS aperta o cerco e aprova quebra de sigilo de ‘Careca do INSS’ e líderes sindicais
O colegiado aprovou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Antonio Carlos Camilo Antunes, apelidado de “Careca do INSS”, acusado pela Polícia Federal de ser o cérebro por trás do esquema que sangrou aposentados e beneficiários com descontos ilegais.
A CPMI do INSS deu mais um passo importante nesta quinta-feira (11) contra o maior escândalo de fraudes já denunciado na Previdência. O colegiado aprovou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Antonio Carlos Camilo Antunes, apelidado de “Careca do INSS”, acusado pela Polícia Federal de ser o cérebro por trás do esquema que sangrou aposentados e beneficiários com descontos ilegais.
Segundo as investigações, o lobista “recebia dinheiro das entidades envolvidas nas fraudes contra aposentados e pagava propina a dirigentes do INSS”. Ou seja, enquanto idosos eram lesados, dirigentes públicos e sindicatos recebiam vantagens.
Além disso, a CPMI acionou o COAF para que elabore um Relatório de Inteligência Financeira, aprofundando o rastreamento do dinheiro movimentado no esquema.
O cerco não ficou restrito ao “Careca do INSS”. Mais de 300 requerimentos foram aprovados, incluindo a quebra de sigilo de entidades sindicais acusadas de usar a máquina pública para enriquecer às custas de aposentados. Entre elas estão:
Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer);
Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec);
Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi).
A medida também atinge dirigentes de peso, como Aristrides Veras, presidente da Contag e irmão do deputado Carlos Veras (PT-PE), hoje primeiro-secretário da Câmara.
Ex-ministros ficam de fora
Apesar da ofensiva, a CPMI recuou em relação a dois nomes: os ex-ministros da Previdência Carlos Lupi (governo Lula) e José Carlos Oliveira (governo Bolsonaro). Ambos tiveram seus requerimentos de quebra de sigilo retirados da pauta.
Segundo o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), a decisão foi tomada por “falta de materialidade”, já que nenhum dos dois é formalmente investigado. A exclusão dos nomes atendeu a pressões tanto da base do governo quanto da oposição.
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