Governo em pânico libera R$ 3,2 bi para tentar barrar anistia de Bolsonaro
Na terça-feira (9), data em que o Supremo retomou o julgamento, o Executivo liberou R$ 2,3 bilhões de uma só vez, o maior valor desembolsado neste ano em um único dia.
O Palácio do Planalto entrou em modo de desespero durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF). Para tentar frear o avanço da proposta de anistia aos condenados por “tentativa de golpe de Estado”, o governo resolveu abrir os cofres e despejar bilhões em emendas parlamentares.
Só nas últimas duas semanas, em pleno período de votação no STF, o Planalto liberou impressionantes R$ 3,2 bilhões — a maior ofensiva financeira de 2025. O movimento mais escandaloso ocorreu na terça-feira (9), quando o Supremo retomou o julgamento: R$ 2,3 bilhões de uma só vez, em um único dia, recorde absoluto do ano.
O medo do governo é claro: que o Centrão, alinhado em parte com a oposição, consiga maioria suficiente para aprovar a anistia. Para tentar evitar isso, o Planalto reforça a base dos parlamentares com a liberação massiva de emendas.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem papel central nessa queda de braço. Embora faça parte do Centrão, ele demonstra resistência à anistia e pode atuar como barreira à votação. Para conquistá-lo — e manter deputados sob controle — o governo aposta nas emendas individuais, que correspondem a 91,3% do total liberado (R$ 2,9 bilhões).
A avaliação interna é de que a anistia tem chances reais de prosperar se a ala oposicionista do Centrão arrastar parte da base governista. E os sinais de fragilidade já apareceram: recentemente, o Executivo foi derrotado na CPMI do INSS, onde oposição e Centrão se uniram contra o Planalto.
Agora, a esperança do governo é que esse tsunami de recursos públicos consiga segurar votos e evitar que a oposição comemore uma vitória histórica em pleno ano de desgaste para o Executivo.
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