Lula teme sanções e embarca para os EUA com comitiva reduzida

Em anos anteriores, deputados e senadores eram presença garantida, participando da missão para dar respaldo político internacional. Desta vez, porém, o cenário mudou.

Preocupado com o risco de constrangimentos diplomáticos em sua próxima visita aos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu reduzir drasticamente sua comitiva para Nova York. A medida busca evitar atritos com o governo do presidente Donald Trump, que pode adotar restrições inesperadas contra integrantes da delegação brasileira.

De acordo com o portal Poder360, Lula excluiu todos os parlamentares da viagem. Em anos anteriores, deputados e senadores eram presença garantida, participando da missão para dar respaldo político internacional. Desta vez, porém, o cenário mudou. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também decidiram não embarcar. A avaliação é que a participação poderia ser vista como sinal de apoio ao governo petista, algo que ambos querem evitar. Além disso, pesa o temor de possíveis sanções internacionais, como as previstas na Lei Magnitsky — legislação norte-americana que pune corrupção e violações de direitos humanos.

Na viagem do ano passado, Lula esteve acompanhado de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), então presidente do Senado, e de Arthur Lira (PP-AL), que comandava a Câmara. Ambos assistiram ao discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU ao lado da primeira-dama, Janja Lula da Silva. Agora, o time confirmado inclui o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e a presidente do Banco do Brasil, Tarciana de Medeiros. Outros nomes ainda aguardam definição para compor oficialmente a delegação.

O Itamaraty informou que parte da comitiva depende da liberação de vistos norte-americanos. Segundo a chancelaria, os processos estão em análise consular, sem previsão de negativas, já que os trâmites seguem “normalmente, segundo o governo dos EUA”.