Senadores brasileiros viajam à Itália em defesa de Carla Zambelli

Carla Zambelli aguarda o processo de extradição ao Brasil. No mês passado, a Justiça italiana decidiu mantê-la detida durante o trâmite, rejeitando o pedido da defesa para que ela aguardasse em liberdade, sob a justificativa de questões de saúde.

Nesta quarta-feira (17), os senadores Eduardo Girão (Novo-CE), Damares Alves (Republicanos-DF) e Magno Malta (PL-ES) embarcam para a Itália em uma missão de solidariedade à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que está presa desde julho no Complexo Penitenciário de Rebibbia, em Roma.

Segundo a assessoria de Girão, trata-se de uma “visita humanitária” com o objetivo de “acompanhar de perto sua situação e prestar solidariedade”. A comitiva deve retornar ao Brasil no domingo (21). Além da visita, os senadores também terão reuniões com parlamentares italianos. O comunicado oficial destaca que a intenção é estabelecer “interlocução com autoridades italianas competentes, reforçando a importância de que a deputada possa responder ao processo em liberdade”.

A assessoria reforçou ainda que todas as despesas da viagem – passagens e hospedagem – serão “integralmente custeadas” pelos próprios senadores, sem qualquer custo para o Senado Federal.

Carla Zambelli aguarda o processo de extradição ao Brasil. No mês passado, a Justiça italiana decidiu mantê-la detida durante o trâmite, rejeitando o pedido da defesa para que ela aguardasse em liberdade, sob a justificativa de questões de saúde.

A parlamentar foi para a Europa após ser condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), acusada de ter invadido o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto. A ação teria como finalidade emitir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.

Em agosto, já sob custódia na Itália, Zambelli recebeu outra condenação do STF, desta vez por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. O caso ocorreu às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, quando ela perseguiu um homem armado no bairro Jardins, em São Paulo. Conforme noticiado pelo Estadão, o processo de extradição pode se estender por até dois anos.

Paralelamente, na Câmara dos Deputados, segue o processo de cassação de seu mandato, que atualmente tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A fase atual envolve a oitiva de testemunhas indicadas por Zambelli. Na última semana, ela participou por videoconferência e protagonizou embates com o hacker Delgatti Neto, a quem chamou de “mitomaníaco”.