Ministro do Turismo cai após rompimento do União Brasil com Lula
A determinação do partido foi tomada após denúncias que ligaram o presidente da legenda, Antonio de Rueda, ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Rueda negou qualquer envolvimento, mas o estrago político já estava feito. Em nota oficial, o União Brasil acusou o governo de usar a máquina pública para desgastar sua imagem — um discurso que costuma ganhar força em momentos de tensão política.
O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil-PA), comunicou nesta sexta-feira (19) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que deixará o cargo.
A saída não é isolada: faz parte da estratégia da cúpula do União Brasil, que aprovou uma resolução exigindo que todos os filiados abandonem seus postos no governo federal. Uma decisão dura, com prazo de apenas 24 horas e ameaça de expulsão para quem resistir.
Pela manhã, Sabino esteve no Palácio da Alvorada para uma conversa direta com Lula. Explicou sua posição e disse que cumprirá compromissos já marcados nos próximos dias. A carta de demissão, porém, só será entregue depois que o presidente voltar de Nova York, para onde viaja neste domingo (21) a fim de participar da Assembleia Geral da ONU.
União Brasil rompe com o governo
A determinação do partido foi tomada após denúncias que ligaram o presidente da legenda, Antonio de Rueda, ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Rueda negou qualquer envolvimento, mas o estrago político já estava feito. Em nota oficial, o União Brasil acusou o governo de usar a máquina pública para desgastar sua imagem — um discurso que costuma ganhar força em momentos de tensão política.
Nem todos serão afetados
Apesar do peso da decisão, ministros de outras pastas seguem no governo. É o caso de Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Juscelino Filho (Comunicações). Ambos não têm filiação ao União Brasil e foram nomeados por articulação do senador Davi Alcolumbre (União-AP), uma das figuras mais habilidosas nos bastidores de Brasília.
O que queria Sabino
Sabino, deputado federal licenciado pelo Pará, desejava permanecer no cargo ao menos até a realização da COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém, evento de repercussão internacional que colocaria sua cidade natal no centro das atenções. Tentou apoio entre aliados para resistir à pressão partidária, mas não conseguiu.
Com a saída, Sabino retorna ao seu mandato na Câmara dos Deputados, após dois anos à frente do Ministério do Turismo. Curiosamente, ele deixa a pasta em um momento de crescimento no setor: segundo dados de domínio público da Organização Mundial do Turismo (OMT), o turismo mundial deve ultrapassar níveis pré-pandemia em 2025, abrindo oportunidades econômicas que o Brasil, especialmente a região amazônica, poderia aproveitar.
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