MST, PSOL e PT puxam atos contra Congresso com apoio de artistas da velha guarda
No Rio de Janeiro, o encontro está marcado para as 14h em Copacabana, no Posto 5, com apresentações de nomes conhecidos da MPB: Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil, além do rapper Djavan, que também se pronunciou nas redes contra a PEC.
Movimentos de esquerda, reforçados por artistas engajados e lideranças políticas, organizam neste domingo (21/9) manifestações em pelo menos 33 cidades do Brasil, incluindo 22 capitais. O alvo é duplo: a chamada PEC da Blindagem e o projeto de anistia que tramita na Câmara dos Deputados. Ambos são acusados pelos militantes de tentar proteger parlamentares e aliviar penas dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro — episódio que até hoje divide opiniões no país.
As manifestações são puxadas pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, ligadas a partidos como PT e PSOL, além de movimentos tradicionais da esquerda, como MST e MTST. O lema escolhido para o ato — “Congresso inimigo do povo” — mostra a linha adotada contra o Parlamento, que, segundo eles, estaria priorizando projetos de interesse político em vez de temas sociais, como taxação de grandes fortunas ou isenção de Imposto de Renda para trabalhadores.
No Rio de Janeiro, o encontro está marcado para as 14h em Copacabana, no Posto 5, com apresentações de nomes conhecidos da MPB: Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil, além do rapper Djavan, que também se pronunciou nas redes contra a PEC. Vale lembrar que esses artistas são herdeiros de uma tradição de militância cultural que remonta à ditadura militar, período em que a música popular foi usada como ferramenta política.
Em vídeo publicado na quinta-feira (18/9), Caetano declarou: “A ‘PEC da Bandidagem’ precisa receber uma resposta socialmente saudável, mostrando que o povo não aceita esse retrocesso”. O apelido “PEC da Bandidagem” vem sendo usado por militantes como forma de deslegitimar a proposta, numa estratégia retórica comum em disputas políticas.
Já em São Paulo, a manifestação será no MASP, na Avenida Paulista, às 14h. A expectativa é de público superior ao último ato de 7 de setembro, que reuniu apenas cerca de 9 mil pessoas no Vale do Anhangabaú. Desta vez, não há shows confirmados, mas nomes da política de esquerda marcarão presença, entre eles Guilherme Boulos (PSOL-SP) e lideranças de movimentos de moradia e trabalhadores.
Em Belo Horizonte, o ato começa às 9h na Praça Raul Soares, acompanhado pelo bloco de carnaval Volta Belchior. Depois, os manifestantes caminharão até a Praça Sete e a Praça da Estação. A mobilização foi reforçada por parlamentares de esquerda, como a vereadora Iza Lourença (PSOL) e a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), que usaram as redes sociais para convocar apoiadores.
Curiosidade: manifestações desse tipo, com forte participação de artistas e intelectuais, seguem um padrão histórico da esquerda brasileira desde os anos 1960. A ideia é sempre associar cultura e política para dar maior visibilidade à causa, o que também ajuda a atrair simpatizantes que talvez não tenham ligação direta com os partidos.
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