“Mamadores da Rouanet”: Flávio Bolsonaro reage a artistas em protesto contra PL da Anistia

A fala é uma resposta direta aos protestos convocados contra o Projeto de Lei (PL) da Anistia e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que hoje estão em tramitação no Congresso Nacional. Os atos, segundo a própria esquerda, devem se concentrar nas principais capitais brasileiras.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não poupou críticas neste sábado (20/9). Em publicação nas redes sociais, ele disparou contra a movimentação de artistas ligados à esquerda:

“Poucos milionários mamadores da Rouanet, que ficam com a grana forte, querem que os milhares de artistas que não recebem Rouanet vão para um ato anti-anistia”, escreveu.

A fala é uma resposta direta aos protestos convocados contra o Projeto de Lei (PL) da Anistia e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que hoje estão em tramitação no Congresso Nacional. Os atos, segundo a própria esquerda, devem se concentrar nas principais capitais brasileiras.

No Rio de Janeiro (RJ), o evento contará com shows de nomes já conhecidos pela militância socialista, como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque. O senador ironizou: “Haverá algum ato socialista de divisão de riquezas, ou isso é só na teoria?”.

Vale lembrar que Caetano Veloso já havia se posicionado publicamente contra as medidas que fortalecem a oposição ao governo Lula (PT). Em suas redes sociais, o cantor convocou os militantes:

“A gente tem que ir pra rua, pra frente do Congresso como já fomos outras vezes, voltar a dizer que não admitimos isso como povo e como nação. Não admitimos!”

Enquanto artistas milionários se erguem contra a pauta, a proposta em jogo pode mudar os rumos da política nacional. O PL da Anistia busca perdoar os manifestantes de 8 de janeiro de 2023 — ato que, segundo a esquerda, foi uma “tentativa de golpe de Estado”. Essa medida também poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de perseguições judiciais. Já a chamada PEC da Blindagem pretende devolver equilíbrio entre os poderes, exigindo autorização do Congresso para que investigações contra parlamentares possam avançar.

Curiosidade histórica: a Lei Rouanet, usada como vitrine por muitos desses artistas, foi criada em 1991 para incentivar a cultura. Porém, ao longo dos anos, virou alvo de críticas por concentrar milhões em poucos nomes famosos, enquanto a maioria dos artistas independentes jamais recebeu um centavo. Essa distorção é justamente o que Flávio Bolsonaro denuncia: a elite cultural que vive de recursos públicos agora se apresenta como “defensora do povo”.