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Em meio a pressões dos EUA, Lula pode se encontrar com Trump na ONU

O encontro acontecerá em Nova York, entre os dias 22 e 24, e já desperta atenção pelo simbolismo de colocar lado a lado dois líderes com visões opostas de mundo.

Em meio a pressões dos EUA, Lula pode se encontrar com Trump na ONU
Em meio a pressões dos EUA, Lula pode se encontrar com Trump na ONU (Foto: Reprodução)

Em meio ao clima de tensão diplomática com os Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderá se encontrar pessoalmente com Donald Trump durante a abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU. O encontro acontecerá em Nova York, entre os dias 22 e 24, e já desperta atenção pelo simbolismo de colocar lado a lado dois líderes com visões opostas de mundo.

O Brasil, desde 1955, mantém a tradição de ser o primeiro país a discursar no Debate Geral da ONU, enquanto os Estados Unidos costumam ser o segundo, por serem anfitriões da sede da instituição. Assim, Lula falará na terça-feira (23), logo após o secretário-geral António Guterres e a presidente da Assembleia, Annalena Baerbock. Em seguida, será a vez de Donald Trump discursar. Isso aumenta a chance de que ambos se encontrem nos bastidores, antes de suas falas.

A tradição começou quando o Brasil se voluntariou para abrir os debates ainda nos anos 50, num período em que poucos países queriam assumir o risco de inaugurar a sessão. Desde então, esse papel ficou marcado como parte da diplomacia brasileira. Houve raras exceções: em 1983 e 1984, quando os EUA falaram primeiro; e em 2016 e 2018, quando atrasos na chegada de presidentes norte-americanos permitiram que Chade e Equador ocupassem a segunda fala.

Curiosamente, havia expectativa de que Lula e Trump pudessem ter se cruzado no G7, em junho. No entanto, Trump deixou a cúpula antes da chegada do brasileiro, frustrando o encontro. Agora, a ONU pode se tornar o palco desse primeiro contato direto.

Agenda de Lula

Na segunda (22), Lula participará da Conferência Internacional de Alto Nível sobre a Questão Palestina, convocada por França e Arábia Saudita, defendendo a chamada solução de dois Estados.

Na quarta (24), o petista será copresidente do evento “Em Defesa da Democracia”, ao lado do chileno Gabriel Boric e do espanhol Pedro Sánchez. O encontro terá como foco temas como multilateralismo, Estado de Direito, combate à desinformação e ao enfraquecimento das instituições — uma pauta que gera controvérsias, já que, na prática, muitos desses debates acabam servindo como justificativa para censura de vozes conservadoras.

Além disso, a chamada Semana do Clima ocorrerá paralelamente à Assembleia da ONU e será vista como preparatória para a COP30, que acontecerá no Brasil.


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