Trump recebe Milei e reforça união de líderes que desafiam o globalismo

A Presidência argentina confirmou a informação neste sábado (20).

O presidente argentino Javier Milei terá nesta terça-feira, em Nova York, um encontro bilateral com Donald Trump. A reunião acontece em meio a duras negociações para que a Argentina consiga um empréstimo direto do Tesouro dos Estados Unidos, recurso visto como essencial para evitar o colapso financeiro do país. A Presidência argentina confirmou a informação neste sábado (20).

Milei já havia adiantado na sexta-feira que as tratativas com Washington estão "muito avançadas". Segundo ele, o empréstimo dará fôlego imediato às reservas argentinas e ajudará o governo a enfrentar os pesados compromissos da dívida. O presidente não escondeu que “o pânico político” vem pressionando os mercados e agravando a situação.

"Javier Milei manterá nesta terça-feira pela manhã, na cidade de Nova York, uma reunião bilateral com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump", anunciou o comunicado oficial. O texto ressalta que o encontro ocorre “no marco da sólida relação bilateral entre os países, e do compromisso compartilhado de seguir aprofundando os laços estratégicos entre o Governo e a administração Trump".

O cenário econômico é dramático. Na sexta-feira, o dólar disparou no Banco Nación – principal banco público da Argentina – e fechou cotado a 1.515 pesos (R$ 5,47), rompendo a barreira definida pelo próprio governo. Para segurar a moeda, o Banco Central foi forçado a intervir pesadamente, queimando 678 milhões de dólares (R$ 3,61 bilhões) em um único dia. Desde quarta-feira, já foram vendidos 1,110 bilhão de dólares (R$ 5,9 bilhões). Somente em setembro, o peso argentino já se desvalorizou 12,67%.

Em discurso na Bolsa de Comércio de Córdoba, Milei foi direto: há “pânico político que está se espiralizando no mercado e gerando uma enorme descoordenação em termos de risco-país”. Ele aproveitou para defender seu programa econômico, mesmo enfrentando sua fase mais difícil no campo político. Após perder as eleições legislativas na província de Buenos Aires – o reduto mais populoso e dominado pela oposição peronista – o governo Milei agora encara a reta final rumo às eleições legislativas nacionais de meio de mandato.

Curiosidade histórica:

presidentes argentinos costumam recorrer a líderes americanos em momentos de crise. Durante a década de 1980, Raúl Alfonsín também buscou ajuda em Washington para conter a hiperinflação. A diferença é que agora Milei encontra Trump, um presidente conhecido por valorizar aliados que defendem a soberania nacional e enfrentam o globalismo.