Sanções contra Moraes e Barroso escalam crise entre STF e EUA
Vale lembrar que sanções internacionais são uma das ferramentas mais fortes de pressão diplomática. A chamada Lei Magnitsky, usada contra Moraes em julho, foi criada inicialmente para punir autoridades russas acusadas de abusos de poder e violações de direitos humanos.
Nesta segunda-feira (22), os Estados Unidos anunciaram uma nova rodada de sanções contra autoridades brasileiras ligadas ao governo e ao Judiciário. A decisão faz parte das retaliações do presidente Donald Trump a medidas do STF e ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O que chama a atenção é que, além dos magistrados, familiares próximos também foram atingidos — um gesto que mostra o peso político da resposta americana.
Vale lembrar que sanções internacionais são uma das ferramentas mais fortes de pressão diplomática. A chamada Lei Magnitsky, usada contra Moraes em julho, foi criada inicialmente para punir autoridades russas acusadas de abusos de poder e violações de direitos humanos. Agora, ela vem sendo aplicada a ministros brasileiros, algo inédito na história das relações entre Brasil e EUA.
Em julho, o secretário de Estado Marco Rubio anunciou a revogação dos vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no mesmo dia em que Alexandre de Moraes ordenou que Bolsonaro usasse tornozeleira eletrônica. Foram incluídos:
Alexandre de Moraes;
Luis Roberto Barroso, presidente do STF;
Edson Fachin, vice-presidente;
Dias Toffoli;
Cristiano Zanin;
Flavio Dino;
Cármen Lúcia;
Gilmar Mendes.
A ordem também se estendeu aos familiares dos ministros. No entanto, André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux ficaram de fora da decisão.
Ainda em julho, Moraes foi atingido pela Lei Magnitsky, que bloqueia bens e transações financeiras nos EUA. Nesta segunda, a sanção foi ampliada para sua esposa, Viviane Barci de Moraes, que também perdeu o direito ao visto americano.
Em agosto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, teve o visto cancelado. Na mesma leva, funcionários ligados ao programa Mais Médicos também foram atingidos, como Mozart Júlio Tabosa Sales, do Ministério da Saúde, além de Alberto Kleiman e até a esposa e a filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Agora, na nova rodada de sanções desta segunda-feira, o alvo foi Jorge Messias, advogado-geral da União, acompanhado de outras cinco autoridades:
José Levi, ex-AGU e ex-secretário-geral de Moraes no TSE;
Benedito Gonçalves, ex-ministro do TSE;
Airton Vieira, juiz auxiliar de Moraes no STF;
Marco Antonio Martin Vargas, ex-assessor eleitoral;
Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, juiz auxiliar de Moraes.
Outro ponto que chamou a atenção foi a punição a críticos do ativista conservador Charlie Kirk, morto no dia 10 de setembro. Entre eles, o médico brasileiro Ricardo Jorge Vasconcelos Barbosa, de Recife (PE), teve o visto negado após uma publicação em que elogiava o assassinato. Mais tarde, ele alegou ao G1 que fez uma “colocação infeliz” e pediu desculpas à família.
Esses episódios mostram como a política externa americana, sob Trump, não tem tolerado abusos de poder nem manifestações hostis contra conservadores. Para os patriotas, o recado é claro: o mundo está de olho, e quem age contra a liberdade pode enfrentar consequências muito além das fronteiras brasileiras.
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