PGR desafia PF e deixa Bolsonaro fora de denúncia ao STF
Segundo interlocutores, Gonet avaliou que o envio de dinheiro a um filho no exterior não configura crime.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu não incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na denúncia por coação apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo interlocutores, Gonet avaliou que o envio de dinheiro a um filho no exterior não configura crime.
Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões via Pix para o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente reside nos Estados Unidos. O parlamentar se mudou para o país em meio a articulações com aliados do presidente Donald Trump, buscando apoio para sanções contra o Brasil e ministros do STF. O próprio Gonet teve o visto americano revogado.
Divergência entre PGR e Polícia Federal
A decisão do procurador-geral contrasta com o entendimento da Polícia Federal. O órgão havia indiciado Bolsonaro, alegando que o repasse financeiro sustentava a permanência e as ações de Eduardo nos EUA, favorecendo supostos crimes contra o Estado brasileiro. No entanto, Gonet desconsiderou os argumentos da PF. Em manifestação ao STF, afirmou que a exclusão do ex-presidente não encerra as apurações. “Nem impede que, à vista de novas descobertas investigativas, inclusive durante a instrução de causa, e da escalada delitiva, sejam produzidos outros elementos de ordem persecutória”, destacou. A conduta do procurador-geral reafirma a tensão entre órgãos de investigação e o Ministério Público, especialmente em casos que envolvem figuras de oposição ao governo atual e ao Supremo Tribunal Federal.
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