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André Mendonça mantém na cadeia “Careca do INSS” em esquema que sangrou aposentados em bilhões

Para o ministro Mendonça, a manutenção das prisões é fundamental para não atrapalhar o curso das investigações.

André Mendonça mantém na cadeia “Careca do INSS” em esquema que sangrou aposentados em bilhões
André Mendonça mantém na cadeia “Careca do INSS” em esquema que sangrou aposentados em bilhões (Foto: Reprodução)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, decidiu nesta sexta-feira (26/9) manter a prisão preventiva de Antonio Carlos Camilo Antunes, mais conhecido como “Careca do INSS”, e do empresário Maurício Camisotti. O julgamento acontece no plenário virtual da Segunda Turma da Corte. O decano Gilmar Mendes declarou-se impedido de participar, e os outros três ministros têm até 3 de outubro para votar.

Tanto Careca do INSS quanto Camisotti são acusados de chefiar um esquema milionário de descontos indevidos aplicados sobre os benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo a Polícia Federal, apenas Carlos Camilo Antunes teria desviado R$ 53 milhões, atuando como intermediário entre sindicatos e associações que recolhiam indevidamente o dinheiro.

Para o ministro Mendonça, a manutenção das prisões é fundamental para não atrapalhar o curso das investigações. Ele destacou:

“As investigações da Operação Sem Desconto apontam, neste momento, para a existência de uma complexa estrutura criminosa, com dezenas de operadores em diferentes níveis, orientada ao contínuo desencaminho de recursos previdenciários destinados a aposentados e pensionistas, com prejuízos a milhares de pessoas.”

A fraude, revelada em maio pela Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), escancarou um rombo impressionante: mais de R$ 6,3 bilhões desviados. O esquema funcionava com associações que cadastravam aposentados sem autorização, utilizando assinaturas falsas e documentos adulterados, tudo para sangrar silenciosamente os mais frágeis da sociedade.


 Curiosidade importante: golpes contra aposentados não são novidade no Brasil. Desde a criação do INSS, em 1990, fraudes envolvendo sindicatos e associações têm sido denunciadas, mas raramente alcançam cifras tão gigantescas quanto as reveladas agora. Esse caso reforça a urgência de uma limpeza nas estruturas que deveriam proteger o trabalhador idoso — e não explorá-lo.

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