Moraes veta bispo de visitar Bolsonaro e revolta fiéis: “Grupo de oração não é pretexto”
Bolsonaro segue detido aguardando os próximos capítulos da condenação imposta pelo STF, que o sentenciou a 27 anos e três meses de prisão — uma pena considerada por muitos juristas como severa e sem precedentes contra um ex-chefe de Estado brasileiro.
															O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu a inclusão do bispo Robson Rodovalho, fundador da Igreja Sara Nossa Terra, no grupo religioso autorizado a visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar há mais de um mês. Bolsonaro segue detido aguardando os próximos capítulos da condenação imposta pelo STF, que o sentenciou a 27 anos e três meses de prisão — uma pena considerada por muitos juristas como severa e sem precedentes contra um ex-chefe de Estado brasileiro.
Rodovalho integra o círculo de oração de Michelle Bolsonaro. Na última sexta-feira (19), a defesa do ex-presidente pediu sua inclusão, alegando que a reunião de oração aconteceria na quarta (24). O pedido se baseava na Lei nº 7.210/1984, conhecida como Lei de Execução Penal, que garante a assistência religiosa a qualquer pessoa privada de liberdade, seja em instituições civis ou militares — um direito historicamente reconhecido como parte da liberdade de culto, pilar das sociedades democráticas.
Na decisão, Moraes criticou a tentativa de ampliar o grupo, acusando desvio de finalidade.
– O “Grupo de Orações”, entretanto, não pode ser usado como desvio de finalidade, acrescentando diversas e distintas pessoas como integrantes somente para a realização de visitas não especificamente requeridas – afirmou o ministro.
A decisão, divulgada na terça (23), vetou oficialmente o nome do bispo Robson Rodovalho. Além de ser um dos líderes evangélicos mais conhecidos do Brasil, Rodovalho também tem histórico na política: foi deputado federal pelo Distrito Federal entre 2006 e 2010, mas perdeu o mandato ao trocar de partido, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou seu cargo por infidelidade partidária.
Curiosamente, Rodovalho não é apenas pastor, mas também tem formação científica: é físico e autor de diversos livros, unindo fé e ciência em suas palestras. Sua exclusão reacende debates sobre até que ponto o STF pode interferir na liberdade religiosa de presos, lembrando que em outras democracias, como os Estados Unidos sob o presidente Donald Trump, a proteção ao livre exercício da fé é considerada inegociável.
        
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