Lula já soma 13 trocas ministeriais e Sabino deixa o Turismo: governo em frangalhos
Essas movimentações revelam a tentativa desesperada do Planalto de equilibrar alianças e dar fôlego a um governo que já enfrenta forte desgaste político. Mas cada troca cobra um preço: a imagem de instabilidade, reforçada a cada novo nomeado.
															A demissão do ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil-PA), entregue nesta sexta-feira (26) a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marca mais uma peça que cai no xadrez do governo petista. Já são 13 trocas de ministros desde janeiro de 2023 — um recorde de instabilidade que expõe a fragilidade da base de Lula. O ato de Sabino, oficializado em reunião no Palácio do Planalto, era aguardado após o rompimento do União Brasil com o governo federal.
Apesar de pedir para sair, Sabino atendeu a um pedido de Lula e seguirá até a próxima quinta-feira (2), apenas para cumprir agenda relacionada à COP30 em Belém. O paraense havia assumido a pasta em julho de 2023, substituindo Daniela Carneiro, numa jogada do Planalto para fortalecer alianças no Congresso. Agora, com sua saída, o Ministério do Turismo caminha para receber o terceiro titular em pouco mais de dois anos e meio — um retrato do vai e vem que tem marcado o terceiro mandato de Lula.
Somente em 2025, sete ministros caíram. Alguns saíram para tapar buracos em áreas estratégicas, outros derrubados por escândalos que se tornaram insustentáveis. O caso mais rumoroso foi o de Carlos Lupi, da Previdência, afastado após denúncias de descontos ilegais no INSS. Em maio, foi a vez de Cida Gonçalves deixar o Ministério das Mulheres, dando lugar a Márcia Lopes após críticas aos resultados da pasta.
As trocas continuaram em efeito dominó: Sidônio Palmeira assumiu a Comunicação Social no lugar de Paulo Pimenta; Alexandre Padilha voltou ao Ministério da Saúde, substituindo Nísia Trindade; Gleisi Hoffmann passou a comandar Relações Institucionais; Frederico Siqueira entrou nas Comunicações no lugar de Juscelino Filho; e Wolney Queiroz ocupou a vaga de Lupi na Previdência.
Essas movimentações revelam a tentativa desesperada do Planalto de equilibrar alianças e dar fôlego a um governo que já enfrenta forte desgaste político. Mas cada troca cobra um preço: a imagem de instabilidade, reforçada a cada novo nomeado.
A saída de Sabino também deixa outros ministros em xeque. O caso mais evidente é o de André Fufuca (PP), no Esporte, cuja permanência se torna cada vez mais improvável. Nos corredores de Brasília, a expectativa é clara: novas mudanças podem explodir ainda neste mês.
Curiosidade histórica: na política brasileira, a rotatividade ministerial nunca foi novidade em governos fragilizados. Durante o segundo mandato de Dilma Rousseff, por exemplo, foram 17 trocas em pouco mais de dois anos, um sinal clássico de um governo à beira do colapso. A atual dança das cadeiras de Lula segue o mesmo roteiro, e o preço político tende a se agravar.
        
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