Alckmin: “Estamos otimistas para a conversa entre Lula e Trump”

Segundo Alckmin, a reunião oficial entre os dois ainda não está marcada, mas o clima é de confiança em Brasília.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o recente encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o presidente americano, Donald Trump, representou “um primeiro e importante passo” para destravar as negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.

Segundo Alckmin, a reunião oficial entre os dois ainda não está marcada, mas o clima é de confiança em Brasília.

– “Essa boa sinalização do presidente Trump e do presidente Lula foi um passo importante. Agora, temos que dar os outros passos para reduzir a alíquota e para retirar mais produtos dessa alíquota de 50%” – declarou Alckmin em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, na Rede TV.

Ele reconheceu que havia certo receio sobre o encontro entre os dois líderes durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, mas ressaltou:

– “Havia uma certa preocupação, né, desse encontro lá em Nova Iorque, da ONU. Mas foi o contrário.”

A expectativa é de que a reunião aconteça em poucos dias.

– “Ainda não está marcado, mas estamos otimistas” – afirmou o vice-presidente.

Alckmin destacou que existe um “espaço enorme” para avanços em áreas estratégicas com os Estados Unidos, incluindo minerais raros, fundamentais para a indústria tecnológica, e também investimentos em grandes data centers. Curiosamente, a disputa por minerais estratégicos é hoje um dos pontos centrais da geopolítica mundial, envolvendo até mesmo países como a China, que busca expandir sua influência nesse setor.

O ex-governador também voltou a negar que haja relação entre decisões da Suprema Corte brasileira e medidas de política econômica.

– “Não tem o menor sentido. Estamos falando das duas maiores economias nas Américas e das duas maiores democracias no Ocidente” – reforçou.

Vale lembrar que, há apenas duas semanas, o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva que zerou a tarifa de importação dos EUA para produtos brasileiros como celulose, ferro-níquel e herbicida. A medida foi vista como um gesto concreto de boa vontade e pode abrir novas portas para o agronegócio e para a indústria nacional.