Lula diz que vai levar Janja para conversa com Trump
A presença de Janja em reuniões internacionais tem causado polêmica. No ano passado, sua participação em um jantar com o presidente da China, Xi Jinping, gerou críticas após vazamentos à imprensa. Mais recentemente, em 2024, durante o G20 Social, ela atacou Elon Musk, aliado de Trump, dizendo: “Fuck you, Musk”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta segunda-feira, 29, que pretende levar a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, para a conversa que deve ter nas próximas semanas com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A fala aconteceu durante a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, em Brasília, e embora tenha surgido em tom de brincadeira, pode indicar que Lula planeja um encontro presencial com Trump.
A presença de Janja em reuniões internacionais tem causado polêmica. No ano passado, sua participação em um jantar com o presidente da China, Xi Jinping, gerou críticas após vazamentos à imprensa. Mais recentemente, em 2024, durante o G20 Social, ela atacou Elon Musk, aliado de Trump, dizendo: “Fuck you, Musk”. Vale lembrar que Musk, além de ser dono da Tesla e da rede social X, chegou a chefiar o Departamento de Eficiência de Gestão nos primeiros meses do governo republicano.
Na Assembleia Geral da ONU, Trump revelou que já acordou um encontro com Lula. Segundo ele, os dois tiveram uma “excelente química” quando se encontraram rapidamente em Nova Iorque:
“Não tivemos muito tempo para conversar, foram cerca de 20 segundos, mas ainda bem que eu esperei. Nós concordamos em nos encontrar na próxima semana. Ele [Lula] me pareceu um homem muito legal. Eu gostei dele, e ele gostou de mim. E eu só faço negócios com pessoas de quem eu gosto”, disse o presidente americano.
Apesar do tom amistoso, Trump não deixou de lembrar as tarifas de 50% aplicadas aos produtos brasileiros exportados aos EUA, medidas que, segundo ele, foram uma resposta às tentativas do governo brasileiro de interferir nos direitos e liberdades dos cidadãos americanos. O republicano também destacou as graves violações de direitos humanos cometidas pelo STF no processo contra Jair Bolsonaro (PL).
Esses argumentos serviram de base para as sanções impostas por Washington: cassação de vistos de ministros, o chamado “tarifaço” e até mesmo a inclusão do ministro Alexandre de Moraes e de sua esposa, Viviane Barci, na Lei Magnitsky — uma legislação que permite aos EUA punirem autoridades estrangeiras acusadas de abusos contra a liberdade.
Curiosidade: a Lei Magnitsky, citada por Trump, nasceu em 2012 após o assassinato do advogado russo Sergei Magnitsky, que denunciou corrupção no Kremlin. Hoje, é usada pelos EUA para atingir políticos e juízes de outros países acusados de violar direitos fundamentais.
Enquanto isso, o Palácio do Planalto ainda não confirma se o encontro entre Lula e Trump será virtual ou presencial. O que se sabe é que, durante a escalada de tensões, emissários do governo brasileiro já haviam reclamado que não conseguiam sequer abrir negociações comerciais com a Casa Branca.
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