Maduro se prepara para confronto e acusa Trump de “ameaça” militar
A justificativa apresentada foi a defesa da “soberania e independência” da Venezuela diante de uma eventual agressão externa. Rodríguez ainda ameaçou que qualquer pessoa, dentro ou fora do país, que apoie ou faça apologia de uma intervenção estrangeira, seria julgada sob as leis do regime. E concluiu: – “Já chega dos extremistas.”
 
															O ditador venezuelano Nicolás Maduro assinou um decreto de “comoção externa”, alegando supostas “ameaças” dos Estados Unidos. Segundo a vice-presidente Delcy Rodríguez, o decreto “seria ativado de maneira imediata” em caso de “qualquer tipo de agressão” contra a Venezuela. A declaração foi feita nesta segunda-feira (29), diante do corpo diplomático reunido em Caracas.
Rodríguez explicou que a medida concede a Maduro “poderes especiais para atuar em defesa e segurança” caso os EUA “cheguem a se atrever a agredir” a Venezuela. A tensão cresceu porque navios e militares norte-americanos estão posicionados próximos às águas venezuelanas. O governo do presidente Donald Trump já afirmou que sua presença na região tem como objetivo combater o narcotráfico, enquanto Caracas insiste em dizer que se trata de uma tentativa de “mudança de regime”.
Ela acusou: – “O que hoje faz o governo dos Estados Unidos, o senhor da guerra [secretário de Estado americano] Marco Rubio contra a Venezuela é uma ameaça que a Carta das Nações Unidas proíbe.”
Durante a reunião, transmitida pela TV estatal VTV, Rodríguez afirmou que Maduro teria carta branca para: mobilizar a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), tomar de forma imediata o controle militar de serviços públicos, da indústria petrolífera e de empresas estratégicas, além de aplicar planos de “segurança cidadã”. Também poderia fechar fronteiras terrestres, aéreas e marítimas.
A justificativa apresentada foi a defesa da “soberania e independência” da Venezuela diante de uma eventual agressão externa. Rodríguez ainda ameaçou que qualquer pessoa, dentro ou fora do país, que apoie ou faça apologia de uma intervenção estrangeira, seria julgada sob as leis do regime. E concluiu: – “Já chega dos extremistas.”
A Constituição venezuelana prevê que estados de comoção — internos ou externos — podem ser decretados “em caso de conflito que ponha em risco a segurança da nação e de suas instituições”. O texto também determina que o decreto deve ser apresentado em até oito dias ao Parlamento e ao Tribunal Supremo, dominados por aliados de Maduro, para aprovação formal.
Curiosidade histórica: a figura do “estado de comoção” na Venezuela é frequentemente usada como ferramenta política. Desde Hugo Chávez, decretos de emergência já foram aplicados diversas vezes para concentrar ainda mais poder no Executivo, muitas vezes em meio a crises fabricadas pelo próprio regime.
Nota importante: os EUA, sob a liderança de Trump, mantêm forte pressão sobre regimes autoritários na América Latina, principalmente os que usam o discurso de “soberania” para justificar ditaduras, censura e perseguição interna.
 
        
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