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Celso Amorim sobre encontro Lula-Trump: “Jamais se deixará humilhar”

Segundo o Itamaraty, a prioridade é que a conversa entre os dois líderes aconteça de maneira reservada, com garantia de sigilo e discrição de ambas as partes.

Celso Amorim sobre encontro Lula-Trump: “Jamais se deixará humilhar”
Celso Amorim sobre encontro Lula-Trump: “Jamais se deixará humilhar” (Foto: Reprodução)

Itamaraty trabalha para que reunião ocorra de forma reservada e sem exposição pública

O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não corre risco de passar por constrangimento no aguardado encontro com o presidente norte-americano Donald Trump.

“Essa possibilidade não existe, pode tirar da cabeça. Lula jamais se deixará humilhar”, disse Amorim em entrevista à Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (29).

Preparativos para o diálogo

Segundo o Itamaraty, a prioridade é que a conversa entre os dois líderes aconteça de maneira reservada, com garantia de sigilo e discrição de ambas as partes. O contato mais recente ocorreu nos bastidores da 80ª Assembleia Geral da ONU, em 23 de setembro, quando Lula e Trump conversaram rapidamente e manifestaram interesse em realizar uma reunião formal.

Entre as opções avaliadas estão uma conversa inicial por telefone ou videoconferência e, em seguida, um encontro presencial em um terceiro país, como Itália ou Malásia.

Clima cordial

Apesar das tensões diplomáticas recentes, os encontros têm sido marcados por um tom positivo. Durante sua passagem pela ONU, Trump elogiou Lula, chamando-o de “um cara muito legal”.

Amorim reforçou a importância de os Estados Unidos reconhecerem o Brasil como parceiro estratégico:

“É muito importante que o governo norte-americano reconheça que o Brasil é um grande país, essencial para uma boa relação e uma boa discussão, inclusive nos pontos em que há desacordo.”

Histórico de encontros polêmicos de Trump

Trump, no entanto, já protagonizou momentos delicados com outros líderes estrangeiros.

Em fevereiro, durante encontro com Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, acusou-o de “flertar com uma 3ª Guerra Mundial” por resistir a negociações de paz com a Rússia.

Em maio, ao receber o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, mostrou um vídeo sobre “genocídio de fazendeiros brancos”. Questionado sobre a fonte da gravação, Trump respondeu que não conhecia sua origem.

Agenda internacional de Lula

Na primeira quinzena de outubro, Lula deve ir à Itália para participar do Roma Water Dialogue 2025, evento promovido pela FAO. Há expectativa de que Trump também esteja presente.

No fim do mês, entre os dias 26 e 28, o presidente brasileiro viajará à Malásia, onde participará da 47ª Cúpula da Asean. O primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, declarou já ter conversado com Trump e aguarda sua presença em Kuala Lumpur.

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