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CPMI: Moro pede quebra dos sigilos bancário e fiscal de publicitária do PT

O ex-juiz da Lava Jato deixou claro que não pretende aliviar: “Vamos avaliar os documentos dessa quebra de sigilos e aguardar o encaminhamento de informações, por parte dessa senhora, para saber o que de fato aconteceu.

CPMI: Moro pede quebra dos sigilos bancário e fiscal de publicitária do PT
CPMI: Moro pede quebra dos sigilos bancário e fiscal de publicitária do PT (Foto: Reprodução)

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) endureceu o tom nesta quinta-feira, 2, ao anunciar que pedirá à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS a quebra dos sigilos bancário e fiscal da publicitária Danielle Fonteles. O motivo? Ela teria recebido nada menos que R$ 5 milhões do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, apelidado de “Careca do INSS”, apontado como o cérebro por trás do esquema de descontos ilegais em aposentadorias.


“É preciso apurar esse fato”, disse Moro em entrevista durante a sessão da CPMI. O ex-juiz da Lava Jato deixou claro que não pretende aliviar: “Vamos avaliar os documentos dessa quebra de sigilos e aguardar o encaminhamento de informações, por parte dessa senhora, para saber o que de fato aconteceu. Se continuar havendo suspeitas de uma atividade criminosa, iremos convocá-la para prestar depoimento na CPMI.”

A ligação com o PT e os repasses milionários

Segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), revelado pela revista Veja, Danielle recebeu os valores entre novembro de 2023 e março de 2025, divididos em seis transferências. Curiosamente, a publicitária não é um nome qualquer: ela comandou a Pepper Comunicação Interativa, agência responsável pelo marketing digital da campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010.


À Veja, Danielle tentou justificar os milhões dizendo que se tratava de um negócio imobiliário em Trancoso, na Bahia. Segundo ela, vendeu uma casa de praia avaliada em R$ 13 milhões e teria recebido parcelas de R$ 1 milhão. “O direito de propriedade sobre o imóvel só seria transferido a Antonio Carlos Camilo Antunes após a quitação total do bem, o que não chegou a ocorrer”, alegou. A publicitária reforçou que tudo foi declarado à Receita Federal e que pagou os impostos.

Mas o negócio teria naufragado após a Polícia Federal bloquear as contas do empresário na Operação Sem Desconto, que investiga fraudes bilionárias contra aposentados. A publicitária afirma que, por isso, cancelou o contrato.


Moro não se convence

Apesar das explicações, Moro foi categórico: os esclarecimentos não eliminam a necessidade de investigação. O senador lembrou que o país já viu, em escândalos como o Mensalão e a Lava Jato, a velha prática de justificar dinheiro suspeito com contratos imobiliários ou consultorias fictícias.

Curiosidade histórica: a prática de camuflar repasses ilegais como “venda de imóveis” é tão antiga que já apareceu até nos escândalos do governo Collor nos anos 90 e voltou a se repetir na era petista.


Agora, a CPMI do INSS promete ser palco de novos desdobramentos, e Moro deixa claro que, se necessário, Danielle será chamada a depor.

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