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Elon Musk oferece equipe de advogados para defender brasileira alvo de Alexandre de Moraes

“A equipe do Elon Musk entrou em contato comigo, pediu que eu fosse a Washington e colocou uma bancada de advogados à minha disposição.

Elon Musk oferece equipe de advogados para defender brasileira alvo de Alexandre de Moraes
Elon Musk oferece equipe de advogados para defender brasileira alvo de Alexandre de Moraes (Foto: Reprodução)

Flávia Magalhães afirma que grupo jurídico financiado por Musk assumiu sua defesa nos EUA após mandado de prisão expedido pelo STF

A brasileira naturalizada norte-americana Flávia Magalhães afirmou que recebeu apoio jurídico financiado por Elon Musk, dono da plataforma X (antigo Twitter), após ter se tornado alvo de um mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, no contexto das investigações sobre as chamadas “milícias digitais”.

Segundo Flávia, representantes do empresário a convidaram para uma reunião em Washington, onde lhe foi oferecida assistência legal gratuita.

“A equipe do Elon Musk entrou em contato comigo, pediu que eu fosse a Washington e colocou uma bancada de advogados à minha disposição. Não vou pagar nada. Eles me defendendo”, declarou em entrevista ao Jornal da Oeste no dia 19 de setembro.

Quem é Flávia Magalhães

Residente na Flórida há 23 anos, Flávia é cidadã norte-americana desde 2012. Segundo ela, está impedida de retornar ao Brasil desde 2024, após ter seu passaporte retido por determinação judicial. O advogado de defesa, Paulo Faria, afirmou que não teve acesso aos autos do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “Até hoje, meu advogado não sabe do que estou sendo acusada”, afirmou.

O caso ganhou repercussão internacional em junho de 2023, quando suas contas no X foram bloqueadas no Brasil por ordem de Moraes. Flávia relatou ter descoberto a medida após receber mensagens de seguidores informando que o perfil estava indisponível em território brasileiro.

Em dezembro do mesmo ano, durante viagem ao Recife, ela disse ter sido abordada pela Polícia Federal, que a informou sobre uma ordem para reter seu passaporte sob suspeita de falsificação.

“Nunca falsifiquei nada. Sou cidadã norte-americana, tenho toda documentação legal. Isso foi perseguição política”, declarou. Ela retornou aos Estados Unidos e, ao consultar registros públicos, descobriu que o mandado de prisão havia sido decretado em 8 de fevereiro de 2024.

“Se tivesse voltado ao Brasil naquele mês, teria sido presa no aeroporto”, disse.

Acusações e falta de acesso ao processo

Flávia Magalhães afirmou que nunca foi oficialmente notificada das acusações.

“Meu advogado não tem acesso aos autos. Não sabemos o que há no processo, nem qual é a acusação concreta”, afirmou.

Ela também negou qualquer envolvimento com grupos políticos ou organizações investigadas pelo STF.

“Colocaram-me como ‘foragida do 8 de janeiro’, mas nesse dia eu estava em um cruzeiro com amigos. Nunca usei tornozeleira eletrônica. Isso tudo é mentira”, disse.

Apoio internacional e atuação de Elon Musk

O caso ganhou destaque nos Estados Unidos após o empresário Elon Musk e sua equipe jurídica se envolverem diretamente na defesa da brasileira. Flávia relatou que os advogados norte-americanos consideram sua situação um caso de abuso judicial e violação da liberdade de expressão.

“Quando cheguei a Washington, me informaram que Musk estava custeando tudo. Disseram que era uma questão de liberdade de expressão e abuso de poder judicial”, contou.

Repercussão política e apoio de aliados

Flávia agradeceu o apoio de nomes ligados à direita brasileira, como Eduardo Bolsonaro, Paulo Figueiredo e Allan dos Santos, que teriam ajudado a levar o caso ao exterior.

“Se não fossem eles, eu não teria voz. Eu estava banida do Brasil e ninguém me via”, afirmou.

Segundo ela, sua experiência simboliza o contraste entre os dois países:

“Minha liberdade de expressão foi garantida nos Estados Unidos, mas violada no Brasil. O país onde nasci me persegue. O país que me acolheu me protege.”

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