Lula e Trump devem se encontrar em breve, confirma Mauro Vieira

A declaração foi feita após o encontro entre Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, na Casa Branca, em Washington. Segundo o ministro, a conversa — que durou cerca de uma hora — aconteceu em um clima “de descontração e diálogo construtivo”, com foco principal nas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

O chanceler Mauro Vieira declarou nesta quinta-feira (16) que Brasil e Estados Unidos devem realizar uma nova reunião em novembro, como parte de um esforço para restabelecer o diálogo entre os dois países após meses de tensão diplomática.

A declaração foi feita após o encontro entre Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, na Casa Branca, em Washington. Segundo o ministro, a conversa — que durou cerca de uma hora — aconteceu em um clima “de descontração e diálogo construtivo”, com foco principal nas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

“Foi muito produtivo, com muita disposição para trabalhar em conjunto e traçar uma agenda bilateral de comércio”, afirmou Vieira a jornalistas.

A reunião contou com duas etapas: uma conversa reservada entre os ministros e, depois, um encontro ampliado com diplomatas e representantes comerciais dos dois países.

De acordo com o chanceler, as equipes técnicas devem iniciar em breve as negociações para tentar reverter as tarifas de 50% aplicadas por Washington desde agosto.

Lula deve se encontrar com Donald Trump nos próximos meses

Vieira também confirmou que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump — atual presidente dos Estados Unidos — devem se reunir em breve.

“Está mantido o objetivo de que os líderes se reúnam proximamente. Há interesse de ambas as partes para que isso aconteça o quanto antes”, declarou o ministro.

Inicialmente, o encontro estava previsto para ocorrer durante a Cúpula da ASEAN, na Malásia, no fim de outubro, mas a data e o local ainda dependem das agendas de ambos os presidentes.

Relações abaladas e clima de desconfiança

As relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos ficaram estremecidas após o governo Trump impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros — medida que, segundo a Casa Branca, foi uma resposta à “politização” do Judiciário brasileiro e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por “tentativa de golpe de Estado”.

Além das tarifas, Washington também aplicou sanções financeiras e consulares contra autoridades brasileiras, incluindo o ministro do STF Alexandre de Moraes — o que foi encarado em Brasília como um ato de retaliação política.

De acordo com o Itamaraty, Mauro Vieira e Marco Rubio devem manter contato direto nas próximas semanas para definir uma agenda técnica de reuniões.

A expectativa é que, até novembro, sejam estabelecidas as bases para um novo ciclo de cooperação comercial e renegociação tarifária.

“O importante é que prevaleceu uma atitude construtiva, com aspectos práticos para a retomada das negociações entre os dois países”, afirmou Vieira. “Há boa química entre os governos, e o diálogo está aberto.”