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Bolívia vai às urnas sem um candidato de esquerda pela primeira vez em 20 anos

Pela primeira vez desde a Constituição de 2009, a disputa final está entre dois candidatos de centro-direita e direita — o senador Rodrigo Paz e o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga —, depois de a esquerda não conseguir forças para continuar no poder.

Bolívia vai às urnas sem um candidato de esquerda pela primeira vez em 20 anos
Bolívia vai às urnas sem um candidato de esquerda pela primeira vez em 20 anos (Foto: Reprodução)

Os bolivianos vão às urnas neste domingo (19) para decidir o futuro do país em um histórico segundo turno presidencial, que marca o fim de quase duas décadas de domínio socialista do Movimento ao Socialismo (MAS). Pela primeira vez desde a Constituição de 2009, a disputa final está entre dois candidatos de centro-direita e direita — o senador Rodrigo Paz e o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga —, depois de a esquerda não conseguir forças para continuar no poder.

Rodrigo Paz, de 58 anos, representa a centro-direita moderada, defendendo um modelo de “capitalismo para todos” e a descentralização administrativa. Já Jorge Quiroga, de 65, é um político conservador experiente e ex-presidente do país, que propõe reformas liberais, privatizações e redução do inchaço estatal. Durante a campanha, Quiroga ironizou o rival ao afirmar: “Os do outro lado dizem que são candidatos da renovação. Olho para eles, têm a idade do meu irmão, e estão há 20 anos dando voltas por aí.”

Embora Paz tenha liderado o primeiro turno com 32,15% dos votos, o cenário mudou nas últimas semanas. A pesquisa da Ipsos Ciesmori indica agora vantagem para Quiroga, com 44,9% das intenções de voto, contra 36,5% de Paz. No primeiro turno, 19,4% dos eleitores votaram nulo, em um movimento de protesto incentivado pelo ex-presidente socialista Evo Morales, que tenta manter influência política mesmo após o colapso de seu projeto.

Seja qual for o resultado, o próximo líder da Bolívia enfrentará um país dividido, um Congresso fragmentado e uma sociedade cansada dos excessos do socialismo. O desafio será reconstruir a economia e restaurar a confiança das instituições, abrindo espaço para uma nova era de liberdade e prosperidade — valores que vêm sendo defendidos com firmeza em outras partes do continente, especialmente sob a liderança do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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