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“Milicianos covardes”, diz Moraes sobre núcleo 4 do suposto golpe

Durante sua fala, Moraes voltou a atacar apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alegando que o grupo de desinformação teria atuado como uma “milícia digital” com o objetivo de interferir nas eleições de 2022. Segundo o ministro, tudo teria ocorrido sob “o comando do ex-presidente Jair Bolsonaro, já condenado”, e com o intuito de criar um ambiente favorável a “medidas de exceção”.

“Milicianos covardes”, diz Moraes sobre núcleo 4 do suposto golpe
“Milicianos covardes”, diz Moraes sobre núcleo 4 do suposto golpe (Foto: Reprodução)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), iniciou nesta terça-feira (21) o voto no julgamento do chamado “núcleo 4” da suposta trama golpista. Como relator do caso, Moraes foi o responsável por conduzir todo o inquérito, autorizar diligências e determinar depoimentos de testemunhas e acusados — ou seja, ele mesmo investiga, acusa e agora julga.

Durante sua fala, Moraes voltou a atacar apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alegando que o grupo de desinformação teria atuado como uma “milícia digital” com o objetivo de interferir nas eleições de 2022. Segundo o ministro, tudo teria ocorrido sob “o comando do ex-presidente Jair Bolsonaro, já condenado”, e com o intuito de criar um ambiente favorável a “medidas de exceção”.

“O modus operandi desse novo populismo digital extremista é sempre o mesmo, sendo possível identificar o comportamento atípico dos ataques sistematizados”, declarou Moraes.

O ministro também destacou supostos ataques virtuais contra os então comandantes das Forças Armadas — general Marco Antonio Freire Gomes (Exército) e tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior (Aeronáutica) —, acusando o grupo de retaliar os oficiais por não aderirem ao que chamou de tentativa de golpe.


“São milicianos covardes que atacam não só os seus inimigos, mas também os familiares”, afirmou Moraes.

“Uma organização criminosa que tentou tomar de assalto a República Federativa do Brasil.”

Os sete réus do núcleo 4 foram denunciados por “operações estratégicas de desinformação” e ataques contra o sistema eleitoral, instituições e autoridades públicas — inclusive utilizando estruturas da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Eles respondem por cinco acusações graves: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático, dano ao patrimônio público tombado e deterioração de bens da União.

Para Moraes, os ataques e a “disseminação massiva de desinformação” visavam desacreditar a Justiça Eleitoral e fomentar um levante popular que levasse as Forças Armadas a aderirem ao suposto golpe.

“É uma mentira absurda, criminosa e antidemocrática dizer que o ataque à Justiça Eleitoral, ao Poder Judiciário e à democracia é liberdade de expressão. Isso é crime tipificado no Código Penal. É um instrumento de agressão, de propagação de discurso de ódio, de ruptura ao Estado Democrático de Direito”, disparou o ministro.


RÉUS DO NÚCLEO 4:

Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército, acusado de atacar comandantes militares;

Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;

Carlos César Moretzsohn Rocha, ex-presidente do Instituto Voto Legal (IVL);

Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército e ex-servidor da Abin, apontado como participante da “Abin Paralela”;


Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército;

Marcelo Araújo Bormevet, policial federal e ex-servidor da Abin, também acusado de envolvimento com a “Abin Paralela”;

Reginaldo Vieira de Abreu, coronel do Exército.

Após Moraes, votarão os ministros Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino. As possíveis condenações e penas serão definidas ao final do julgamento, caso haja maioria.

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