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“Vai ter carteira assinada pela primeira vez”: Ricardo Nunes ironiza nomeação de Boulos por Lula

A fala foi uma provocação direta a Boulos, que sempre foi alvo de críticas por sua trajetória ligada ao ativismo político e aos movimentos de ocupação. No entanto, vale lembrar que ministros de Estado não possuem vínculo trabalhista pela CLT — são considerados agentes políticos, e seus direitos e deveres estão previstos na Constituição Federal, não nas leis trabalhistas comuns.

“Vai ter carteira assinada pela primeira vez”: Ricardo Nunes ironiza nomeação de Boulos por Lula
“Vai ter carteira assinada pela primeira vez”: Ricardo Nunes ironiza nomeação de Boulos por Lula (Foto: Reprodução)

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), não deixou passar em branco a nomeação do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) para o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Em tom irônico, Nunes disparou nesta terça-feira (21): “Vai ter uma carteira assinada pela primeira vez, e desejo boa sorte a ele. Só isso.”, conforme noticiou a CNN.

A fala foi uma provocação direta a Boulos, que sempre foi alvo de críticas por sua trajetória ligada ao ativismo político e aos movimentos de ocupação. No entanto, vale lembrar que ministros de Estado não possuem vínculo trabalhista pela CLT — são considerados agentes políticos, e seus direitos e deveres estão previstos na Constituição Federal, não nas leis trabalhistas comuns.

Durante a campanha municipal de 2024, em que enfrentou Nunes nas urnas, Boulos tentou rebater críticas sobre “nunca ter trabalhado”. Em um vídeo, o então candidato afirmou: “Eu trabalho como professor desde antes de terminar a faculdade de filosofia. Trabalhei em escola estadual, como a E.E. Maria Auxiliadora em Embu das Artes, e estava dando aula na PUC até virar deputado federal.”

Na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o novo ministro chegou a lecionar sobre movimentos sociais e direito à cidade no mestrado em Governança Global e Formulação de Políticas Internacionais.

Mesmo assim, Nunes voltou a criticar a escolha de Lula e classificou Boulos como radical. “A questão de ter pessoas radicais (no governo federal) é que preocupa. A gente precisa ter pessoas que dialoguem com todo mundo, né?”, comentou o prefeito.

Ele ainda completou, em tom de cautela, mas sem esconder o desconforto com a decisão: “Qualquer tipo de radicalismo é ruim. Mas é uma prerrogativa do presidente, evidentemente, deve saber o que está fazendo.”

A Secretaria-Geral da Presidência é uma das pastas mais estratégicas do governo federal, sendo responsável por articular o diálogo com movimentos sociais e sindicatos — entre eles, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), grupo liderado por Boulos, conhecido por suas invasões de propriedades privadas. O deputado ganhou fama justamente por esse tipo de atuação, o que lhe rendeu a alcunha de “invasor de casas” entre seus opositores.

Agora, com a nomeação, o ativista passa a integrar oficialmente o governo Lula, que insiste em abrir espaço para figuras da extrema esquerda — o que reforça a percepção de radicalização dentro do Planalto, especialmente em contraste com o governo firme e pró-liberdade liderado por Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos.

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