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Zé Trovão pede prisão de Tonia Galletti por mentir à CPMI do INSS sobre irmão de Lula

Ao justificar o pedido, Zé Trovão afirmou que a CPMI vem expondo um esquema de corrupção bilionário envolvendo o Sindnapi e instituições financeiras.

Zé Trovão pede prisão de Tonia Galletti por mentir à CPMI do INSS sobre irmão de Lula
Zé Trovão pede prisão de Tonia Galletti por mentir à CPMI do INSS sobre irmão de Lula (Foto: Reprodução)

O deputado federal Zé Trovão (PL-SC) protocolou nesta quinta-feira (23) um pedido de prisão preventiva contra Tonia Andrea Inocentini Galletti, coordenadora jurídica e filha do fundador do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi).

O parlamentar acusa Tonia de ter mentido durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na segunda-feira (20). O requerimento, apresentado em conjunto com os deputados Coronel Chrisóstomo (PL-RO), Coronel Fernanda (PL-MT), Fernando Rodolfo (PL-PE) e Bia Kicis (PL-DF), também pede o afastamento imediato de Tonia do cargo.

Contradições no depoimento

Segundo o documento, as declarações da advogada teriam se contradito em relação ao papel de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dentro do sindicato.

Durante o depoimento à CPMI, Tonia afirmou que Frei Chico “havia se tornado diretor do Sindnapi apenas em 2021”. No entanto, dias depois, em entrevista à TV Fórum, declarou que o irmão de Lula “está aqui desde 2008 como diretor”. Para os autores do pedido, essa divergência configura o crime de falso testemunho, previsto no artigo 342 do Código Penal. O texto também afirma que a manutenção da liberdade da advogada pode colocar em risco a coleta de provas e interferir no andamento das investigações. “Em liberdade, a diretora tem amplo acesso a documentos e servidores do sindicato, podendo manipular informações sensíveis”, diz o requerimento.

Deputado diz que houve “afronta” à CPMI

Ao justificar o pedido, Zé Trovão afirmou que a CPMI vem expondo um esquema de corrupção bilionário envolvendo o Sindnapi e instituições financeiras.

“Mentir diante de uma comissão parlamentar é crime e um desrespeito ao povo brasileiro”, declarou o deputado. “Vamos até o fim para garantir a verdade e punir os responsáveis.”

O pedido de prisão será analisado pelo presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG). Caso seja aprovado, a decisão poderá ser executada pela Polícia Legislativa ou pela Polícia Federal.

Suspeitas de conflito de interesses

Tonia Galletti também é investigada por possível conflito de interesses e favorecimento cruzado entre o Sindnapi e empresas ligadas à sua família.

De acordo com documentos obtidos pela CPMI, o escritório Pellegrino & Galletti Advogados, de propriedade de seu marido, Carlos Afonso Galletti Jr., recebeu R$ 3,19 milhões em contratos com o sindicato.

Outras duas empresas ligadas à família também foram mencionadas:

Gestora Eficiente Ltda., responsável pelo Projeto Viver Melhor, que movimentou R$ 2,73 milhões com o Sindnapi, o Banco BMG e a Generali;

Esférica Assessoria e Sistemas Ltda., do cunhado Carlos Eduardo Teixeira Jr., que recebeu R$ 2,29 milhões.

Relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal indicam que houve repasses irregulares e pagamentos a familiares de dirigentes do sindicato, ampliando o escopo das suspeitas.

Contexto das investigações

A CPMI do INSS foi criada para investigar fraudes bilionárias em empréstimos consignados e desvios de recursos de aposentados e pensionistas. O Sindnapi, fundado na década de 1990, é apontado como um dos principais intermediários entre beneficiários e instituições financeiras.

Os parlamentares afirmam que a atuação do sindicato teria favorecido bancos e seguradoras, em detrimento dos aposentados, e que o envolvimento de Frei Chico é parte de um suposto aparelhamento político da entidade.

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