Justiça manda reabrir investigação sobre morte do serial killer Lázaro Barbosa
Durante os 20 dias de fuga, Lázaro invadiu propriedades, fez reféns e baleou inocentes, colocando comunidades inteiras em pânico. Mais de 270 agentes de segurança participaram da caçada que terminou em Águas Lindas de Goiás, quando ele foi morto após trocar tiros com a polícia. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), o criminoso atirou contra os agentes, que revidaram.
A Justiça determinou a reabertura do inquérito que investiga a morte do criminoso Lázaro Barbosa, morto em junho de 2021 após uma intensa caçada policial que durou 20 dias em Goiás. O Ministério Público de Goiás (MPGO) considerou que há falhas graves na investigação sobre a conduta dos policiais militares que participaram da captura do assassino.
De acordo com informações divulgadas pelo portal Metrópoles nesta sexta-feira (24), a Corregedoria da Polícia Militar de Goiás (PMGO) havia concluído, em inquérito interno, que os agentes agiram em legítima defesa. No entanto, o Ministério Público entendeu que o procedimento encaminhado à Polícia Civil de Goiás (PCGO) e posteriormente ao próprio MP apresenta vícios.
Fontes relataram que o MP identificou ausência de diligências básicas, como oitiva de testemunhas, depoimentos dos policiais envolvidos e perícias essenciais, incluindo o laudo cadavérico de Lázaro e o registro detalhado do local da morte. A decisão judicial que reabre o caso corre em segredo de Justiça.
As novas diligências deverão incluir depoimentos de policiais e familiares de Lázaro, além da coleta de imagens de câmeras de segurança próximas ao local da captura. A investigação ficará a cargo da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios, que deve apresentar novo parecer em até 80 dias.
Quem foi Lázaro Barbosa
Conhecido como o “serial killer do DF”, Lázaro Barbosa aterrorizou moradores do entorno de Brasília em 2021. Ele assassinou o empresário Cláudio Vidal, seus dois filhos — Gustavo Marques e Carlos Eduardo Vidal — e sequestrou Cleonice Marques, esposa de Cláudio, posteriormente encontrada morta em um córrego da região.
Durante os 20 dias de fuga, Lázaro invadiu propriedades, fez reféns e baleou inocentes, colocando comunidades inteiras em pânico. Mais de 270 agentes de segurança participaram da caçada que terminou em Águas Lindas de Goiás, quando ele foi morto após trocar tiros com a polícia. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), o criminoso atirou contra os agentes, que revidaram.
O caso foi encerrado à época com a conclusão de que houve legítima defesa. Agora, porém, a Justiça quer revisar os detalhes da operação que pôs fim à vida de um dos criminosos mais temidos do país.
Contexto e polêmica
A decisão reacende o debate sobre o papel das forças policiais e a pressão exercida por setores da Justiça e da mídia sobre a atuação dos agentes. Muitos brasileiros consideram a ação da PM um ato de coragem, que impediu que o assassino continuasse aterrorizando famílias inocentes.
A reabertura do inquérito, no entanto, é vista por parte da população como uma afronta ao trabalho policial — um questionamento que, na prática, pode beneficiar criminosos e desmoralizar quem arrisca a vida para proteger a sociedade.
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