Lula tenta defender STF, mas Trump fica em silêncio e advogado americano ironiza encontro
Enquanto Lula tenta defender o STF e amenizar o impacto das sanções americanas, Trump mantém o silêncio estratégico, reforçando a impressão de que os Estados Unidos não pretendem recuar em suas medidas contra autoridades acusadas de abusos de poder e violações de direitos humanos.
A postura do governo brasileiro após a reunião entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Kuala Lumpur, no último domingo (26), vem gerando controvérsia e até ironias no cenário internacional.
Durante o encontro, assessores do governo Lula tentaram suavizar a abordagem sobre temas sensíveis — como as sanções impostas pelos EUA a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) com base na Lei Magnitsky, que atinge diretamente Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Apesar de o tarifaço americano sobre produtos brasileiros e as punições contra autoridades do STF terem sido tratados de forma indireta, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Márcio Rosa, afirmou que Lula “defendeu as instituições brasileiras” e chamou as medidas de “injustas”.
“O presidente Lula utilizou como exemplo a injustiça da aplicação da Lei Magnitsky em relação a algumas autoridades, como do Supremo Tribunal Federal. Respeitou-se o devido processo legal, e não há nenhuma perseguição política ou jurídica”, declarou Rosa.
Enquanto o Planalto classificou a conversa com Trump como “positiva e produtiva”, a Casa Branca preferiu não comentar o conteúdo do diálogo — o que levantou suspeitas sobre o real resultado da reunião.
O advogado americano Martin De Luca, representante da Trump Media, ironizou a empolgação de Lula após o encontro.
“Você sabe que uma reunião é um sucesso retumbante quando um lado fica completamente em silêncio e o outro se apressa em declará-la ‘ótima’ — citando como prova que ambos concordaram em realizar novas reuniões… que já vêm acontecendo há semanas. Como dizem em Brasília: progresso”, ironizou De Luca na rede X (antigo Twitter).
Em outra publicação, o advogado também zombou da postura dos diplomatas brasileiros, como o chanceler Mauro Vieira e o próprio Márcio Rosa:
“A linguagem corporal diz tudo. O chanceler brasileiro diz que não discutiram as razões das tarifas e sanções impostas, e 10 segundos depois admite que falaram sobre o julgamento de Bolsonaro. Mais progresso? Ou eles só foram para uma sessão de fotos?”, provocou.
Enquanto Lula tenta defender o STF e amenizar o impacto das sanções americanas, Trump mantém o silêncio estratégico, reforçando a impressão de que os Estados Unidos não pretendem recuar em suas medidas contra autoridades acusadas de abusos de poder e violações de direitos humanos.
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