“Encontro” ou palanque? Globo dedica quadro inteiro a programa de crédito do governo Lula

O programa ainda exibiu uma simulação no telão mostrando o caso de um suposto beneficiário e interagiu com o público que enviou dúvidas por vídeo — inclusive sobre se o crédito poderia ser usado na compra de móveis planejados.

O programa “Encontro”, da TV Globo, dedicou 12 minutos de sua edição desta segunda-feira (27) a um quadro especial sobre o “Reforma Casa Brasil”, iniciativa do governo federal que promete facilitar o acesso a crédito para reforma de moradias.

A apresentadora Patrícia Poeta abriu o programa exaltando o novo benefício:

“Quero começar o programa de hoje, gente, com uma novidade que interessa a milhões de famílias. Sabe aquela obra que você precisa fazer em casa, mas aí o dinheiro nunca sobra pra tirar a ideia do papel? Pois então, a partir da próxima 2ª feira, começa a valer o Reforma Casa Brasil, uma linha de crédito especificamente pra essa finalidade”, disse.

Durante o quadro, Poeta conversou com a economista Regiane Vieira Wochler, que respondeu perguntas da plateia e dos telespectadores sobre como o programa funcionará. Foram abordados temas como quem pode participar, condições de pagamento, antecipação de parcelas e prazo para conclusão das obras.

O programa ainda exibiu uma simulação no telão mostrando o caso de um suposto beneficiário e interagiu com o público que enviou dúvidas por vídeo — inclusive sobre se o crédito poderia ser usado na compra de móveis planejados.

Apesar do tom aparentemente “informativo”, o espaço generoso dado pela emissora ao programa do governo levantou questionamentos nas redes sobre o caráter institucional da matéria, já que não foi esclarecido se a atração fazia parte de uma ação de divulgação oficial do Planalto.

O “Reforma Casa Brasil” será lançado oficialmente na próxima semana e tem como público-alvo famílias interessadas em melhorar suas residências por meio de linhas de crédito com juros subsidiados — mais um movimento do governo em busca de popularidade em meio à crescente insatisfação da população com a economia.