Após ação no RJ, Gleisi defende PEC da Segurança contra o crime
Segundo Gleisi, o governo quer “integrar e padronizar” as ações policiais em todo o país, ampliando o poder federal sobre a segurança, sem alterar formalmente as competências dos estados e municípios. A ministra usou os confrontos no Rio para defender pressa na aprovação da proposta
Nesta terça-feira (28), a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), saiu em defesa da PEC da Segurança Pública, proposta pelo governo Lula, logo após a operação policial no Rio de Janeiro que deixou pelo menos 64 mortos e 81 presos. A petista afirmou que o texto ajudará no “combate ao crime organizado”, mas o projeto tem sido visto por críticos como uma tentativa do Planalto de centralizar o controle das forças de segurança nas mãos da União.
Segundo Gleisi, o governo quer “integrar e padronizar” as ações policiais em todo o país, ampliando o poder federal sobre a segurança, sem alterar formalmente as competências dos estados e municípios. A ministra usou os confrontos no Rio para defender pressa na aprovação da proposta:
“Os violentos episódios desta terça-feira no Rio, com dezenas de mortes, inclusive de policiais, bloqueio de rodovias e ameaças à população, ressaltam a urgência do debate e aprovação da PEC da Segurança Pública no Congresso Nacional. Ficou mais uma vez evidente a necessidade de articulação entre forças de segurança no combate ao crime organizado. E o fortalecimento da Polícia Federal e outras forças federais no planejamento e na execução das ações conjuntas, não apenas fornecendo armas, equipamentos e tropas para operações decididas isoladamente por governos locais”, apontou.
Gleisi ainda destacou a importância do investimento em ações de inteligência e voltou a defender o protagonismo de Brasília nas operações de segurança:
“Também ficou demonstrada a necessidade de que as ações sejam precedidas de operações de Inteligência, inclusive inteligência financeira, para que obtenham sucesso, como vimos na Operação Carbono Oculto. É isso que o governo do presidente Lula propõe na PEC da Segurança Pública: uma grande articulação com os governos estaduais, em que somente o crime sairá perdendo”, afirmou.
Enquanto o governo petista fala em “coordenação nacional”, setores conservadores veem com preocupação o avanço da União sobre as forças estaduais, temendo um uso político das polícias e da segurança pública, algo que contrasta fortemente com a política de tolerância zero ao crime defendida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que apoia o fortalecimento das forças locais e o respeito à autoridade policial.
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