Derrite assume relatoria para classificar facções como terroristas e reforça plano de segurança de Tarcísio
A movimentação acontece em meio às especulações sobre o futuro político do grupo do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) — nome cada vez mais cotado para disputar a Presidência da República em 2026.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, deve deixar o cargo e retornar à Câmara dos Deputados para assumir a relatoria do projeto de lei que equipara facções criminosas a organizações terroristas. A informação foi divulgada na quarta-feira (29), durante uma reunião da bancada do Progressistas (PP), partido ao qual Derrite é filiado, segundo o deputado Júlio Lopes (PP-RJ).
A movimentação acontece em meio às especulações sobre o futuro político do grupo do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) — nome cada vez mais cotado para disputar a Presidência da República em 2026. Caso isso ocorra, Derrite deve ser o escolhido para representar o grupo na corrida ao governo de São Paulo, reforçando a pauta da segurança pública, que promete ser um dos temas centrais da eleição.
Bancada do PP reforça apoio à ofensiva contra o crime no Rio
Durante o encontro, Júlio Lopes destacou o apoio da bancada fluminense à megaoperação policial no Rio de Janeiro, realizada na terça-feira (28), que reuniu Polícia Civil e Militar no combate ao tráfico.
“Até agora, foram registradas 119 mortes no confronto”, disse o deputado, citando dados oficiais do governo estadual. Já o Ministério Público do Rio de Janeiro aponta 132 mortes até o momento.
Projeto endurece a Lei Antiterrorismo
O projeto que Derrite deve relatar, apresentado em março pelo deputado Danilo Forte (União Brasil–CE), propõe mudanças diretas na Lei Antiterrorismo (Lei nº 13.260/2016), buscando:
Incluir facções criminosas e milícias na definição de terrorismo;
Aumentar as penas para crimes praticados por meios cibernéticos.
Atualmente, o texto está sob relatoria do deputado Níkolas Ferreira (PL-MG), que já demonstrou disposição em ceder o posto a Derrite. Outros projetos de teor semelhante tramitam em conjunto, mas o texto de Forte é o mais antigo e deve servir como base.
Esquerda teme “intervenção estrangeira”
Mesmo com o forte apoio da base conservadora e de parte do Congresso, setores da esquerda e especialistas ligados a ONGs criticam a proposta, afirmando que ela poderia “abrir brechas para intervenções estrangeiras” no Brasil, sobretudo em operações contra o narcotráfico.
Essas críticas surgem após o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter conduzido ações navais contra narcoterroristas próximos à Colômbia e à Venezuela, medidas que reacenderam o debate sobre a cooperação internacional no combate ao crime organizado.
“Facções praticam terrorismo”, diz Júlio Lopes
Para o deputado Júlio Lopes, não há mais diferença entre crime organizado e terrorismo:
“O governo do estado precisa continuar a retomar o território das facções — e precisa da ajuda, do concurso do governo federal.”
Ele alertou ainda para o avanço das facções sobre áreas inteiras do território nacional:
“Já temos hoje 1.270 comunidades segregadas, fora do controle do Estado, onde facções armadas exercem o poder. Isso tudo, no meu entendimento, configura crime de terror.”
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