Advogado é investigado pela PF após chamar Lula de “ex-presidiário” e criticar Janja
A investigação foi autorizada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e tramita na Justiça Federal de Recife (PE).
A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o advogado pernambucano Thomas Crisóstomo, acusado de “crimes contra a honra” por publicações em redes sociais com críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à primeira-dama Janja da Silva e ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A investigação foi autorizada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e tramita na Justiça Federal de Recife (PE).
As mensagens investigadas foram feitas em 2023. Em uma delas, o advogado defendeu o impeachment de Moraes e afirmou que a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) se tornou um “cabide de emprego para a mulher do ex-presidiário”, em referência direta a Janja e a Lula.
Lewandowski determinou que a PF apure se as declarações configuram crime contra a honra.
“Perseguição política”, diz advogado
Crisóstomo reagiu com indignação e classificou o inquérito como uma tentativa de censura:
“O Estado está mobilizando recursos públicos para apurar tuítes com pouco alcance e nenhuma ofensa real. Não cometi crime algum, apenas exerci meu direito de crítica”, declarou ao jornal Folha de S.Paulo.
O advogado afirmou estar sendo perseguido por expressar opinião política, algo que, segundo ele, “fere a liberdade de expressão garantida pela Constituição”.
Parecer do Ministério Público Federal
Após análise preliminar, o Ministério Público Federal (MPF) entendeu que houve injúria contra o presidente Lula. Em despacho de 13 de outubro, a procuradora Polireda Madaly Bezerra de Medeiros afirmou que o advogado “quis apenas ofender o decoro do presidente ao chamá-lo de ex-presidiário”.
O MPF sugeriu um acordo de não persecução penal, que encerraria o caso sem processo judicial, mediante condições específicas.
Crisóstomo, no entanto, rejeitou o acordo e anunciou que recorrerá à Justiça Federal de Recife.
O Ministério da Justiça declarou, em nota, que não comenta investigações sob sigilo.
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