Governador do Rio rebate Moraes e diz que ação contra o tráfico seguiu a Constituição
No documento encaminhado ao Supremo, Castro explicou a origem e a brutalidade do Comando Vermelho, destacando que a resposta policial foi proporcional à intensa resistência armada encontrada.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), apresentou nesta segunda-feira (3) sua resposta ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, defendendo com firmeza a legalidade da megaoperação realizada nos Complexos da Penha e do Alemão. Segundo ele, toda a ação policial — que resultou em 121 mortos — seguiu “os princípios constitucionais e o dever do Estado de proteger a sociedade”.
No documento encaminhado ao Supremo, Castro explicou a origem e a brutalidade do Comando Vermelho, destacando que a resposta policial foi proporcional à intensa resistência armada encontrada. Ele detalhou ainda os resultados expressivos da operação, que prendeu 99 criminosos, apreendeu fuzis, armas pesadas e duas toneladas de maconha.
De acordo com o governo, “a operação observou rigorosamente as diretrizes constitucionais e as determinações da ADPF das Favelas”, incluindo o uso de câmeras corporais e o acompanhamento do Ministério Público. O texto ressalta que as disputas entre facções transformaram o tráfico em uma verdadeira guerra, impulsionada por uma “corrida armamentista pesada” e por um “movimento de resistência prisional que consolidou uma ideologia de confronto ao Estado”.
O alvo principal da operação era o líder do Comando Vermelho, Edgar de Andrade, conhecido como Doca. “A análise de inteligência evidenciou estrutura hierarquizada e funcional, com divisão de tarefas em diferentes escalões do tráfico”, afirma o documento.
Durante o confronto, os criminosos “enfrentaram abertamente as forças do Estado, utilizando armas de uso restrito e de emprego coletivo, como fuzis”. O governo estima que cerca de 500 criminosos participaram da resistência, muitos deles camuflados e com armamento pesado. “Apenas as armas confiscadas têm valor superior a R$ 12 milhões”, pontua o relatório.
A operação mobilizou cerca de 2.500 agentes das forças de segurança. Castro também informou que foi instaurado um inquérito para investigar possíveis irregularidades na perícia dos corpos.
Em sua conclusão, o governador foi categórico: “A atuação estatal, diante de organizações criminosas de perfil narcoterrorista, constituiu exercício legítimo do poder-dever de proteção da sociedade, concretizando o princípio da legalidade e reafirmando o compromisso das forças de segurança pública com a legalidade, a transparência e a proteção dos direitos humanos, em estrita observância ao Estado Democrático de Direito e à defesa da vida.”
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