Esquerda se revolta com operação que eliminou 121 criminosos e pede impeachment de Castro
O grupo de oposição, liderado pela deputada Renata Souza (PSOL), acusa o governador de ter “autorizado, legitimado e celebrado” a ação, alegando que ela feriu “direitos constitucionais básicos” e teria descumprido uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre operações em comunidades.
Deputados estaduais da esquerda protocolaram nesta segunda-feira (3) um pedido de impeachment contra o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), após a operação policial nos complexos da Penha e do Alemão — que resultou em 121 criminosos mortos e foi considerada a mais letal da história do Estado.
O grupo de oposição, liderado pela deputada Renata Souza (PSOL), acusa o governador de ter “autorizado, legitimado e celebrado” a ação, alegando que ela feriu “direitos constitucionais básicos” e teria descumprido uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre operações em comunidades.
Segundo o documento, “tais condutas configuram, em tese, crime de responsabilidade por atentado aos direitos fundamentais da população, à autoridade do Poder Judiciário e aos princípios da administração pública”, defendendo a abertura do processo “para preservação da Constituição e da democracia”.
O pedido foi assinado por nove deputados de esquerda, entre eles nomes do PSOL, PT, PCdoB e PSD — partidos historicamente alinhados com o progressismo e a defesa de bandidos sob o pretexto dos “direitos humanos”.
Apesar do barulho da oposição, as chances de o impeachment avançar são praticamente nulas, já que a base aliada de Castro é maioria absoluta na Alerj. O PL, partido do governador, tem a maior bancada (18 dos 70 assentos), enquanto o União Brasil, também aliado, ocupa dez cadeiras. Já a oposição esquerdista (PT, PSOL e PCdoB) soma apenas 13 deputados.
Além de tentar derrubar o governador, os autores do pedido exigem perícias independentes, acesso a relatórios da operação e até a inelegibilidade de Cláudio Castro por oito anos, numa clara tentativa de desgastar o governo que tem sido firme no combate ao crime organizado.
Em relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF — relator da chamada “ADPF das Favelas” —, Castro defendeu a ação das forças de segurança, afirmando que o uso da força, “ainda que intensa”, foi necessário diante do perfil paramilitar do Comando Vermelho. O documento da Secretaria de Polícia Civil sustenta que a operação não violou nenhuma determinação do STF.
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