Ministro Alexandre Padilha gasta mais de R$ 70 mil em passagem aérea para a China
A viagem ocorreu no dia 11 de outubro, com emissão do bilhete feita 17 dias antes da decolagem. O registro não especifica a classe de voo nem a companhia aérea contratada, mas o valor supera o de passagens de primeira classe da Emirates, que atualmente custam cerca de R$ 35 mil para o mesmo trecho e período de antecedência.
Uma viagem internacional do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, realizada em outubro, chamou atenção pelos custos registrados no Portal da Transparência. Segundo os dados, uma única passagem aérea de Londres a Pequim custou R$ 73.812,53, valor bancado com recursos públicos.
Passagem de luxo e rota incomum
A viagem ocorreu no dia 11 de outubro, com emissão do bilhete feita 17 dias antes da decolagem. O registro não especifica a classe de voo nem a companhia aérea contratada, mas o valor supera o de passagens de primeira classe da Emirates, que atualmente custam cerca de R$ 35 mil para o mesmo trecho e período de antecedência.
A primeira classe da Emirates é reconhecida pelo conforto extremo: cabines individuais, poltronas reclináveis até 180 graus, frigobar próprio, cardápio gourmet e vinhos exclusivos — luxos que tornam o preço da passagem do ministro ainda mais questionável.
Custos totais da viagem à Ásia
A rota de Padilha começou em 8 de outubro, com o trecho Brasília–Londres, que custou quase R$ 20 mil. Depois, seguiu de Londres para Pequim (R$ 73,8 mil) e, em seguida, de Pequim para Xangai (R$ 6 mil). Em 16 de outubro, o ministro voou de Xangai para Nova Délhi, na Índia, pagando R$ 21 mil. No dia seguinte, ele retornou à China, mas não há registro de gastos com esse deslocamento. Daí, embarcou de Pequim para Guarulhos por R$ 26 mil, e de São Paulo para Brasília por pouco mais de R$ 500.
Além das passagens, a viagem rendeu diárias de aproximadamente R$ 1,6 mil e R$ 17 mil, elevando o custo total da missão a R$ 165,9 mil.
Com esse valor, seria possível comprar quase dez aparelhos de raio-X portáteis, equipamentos ainda ausentes em várias regiões carentes do país.
Agenda oficial na China e na Índia
Durante sua passagem pela China, o ministro da Saúde se encontrou com seu equivalente chinês, visitou um laboratório para liberar a importação de insulina, e conheceu hospitais inteligentes que utilizam inteligência artificial.
Padilha também participou de uma reunião com Dilma Rousseff no Banco dos Brics, onde foi firmado um contrato de financiamento para a construção de um hospital da USP.
A escala na Índia, segundo o registro oficial, serviu apenas para acompanhar a comitiva presidencial.
Dinheiro público em debate
Embora a viagem tivesse justificativa oficial, o alto custo das passagens levantou questionamentos sobre o zelo com o dinheiro público. O caso reacende o debate sobre gastos de autoridades com viagens internacionais e os critérios usados para a compra de bilhetes aéreos tão acima do valor de mercado.
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