Boulos acusa governadores de direita de “traição à pátria”
Em entrevista ao Valor Econômico na sexta-feira (7), Boulos acusou esses líderes estaduais de formar o que chamou de um “consórcio de traição à pátria”, por defenderem que facções criminosas sejam enquadradas como organizações terroristas.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSOL), voltou a atacar os governadores de direita que têm se posicionado contra as políticas de segurança pública do presidente Lula (PT). Em entrevista ao Valor Econômico na sexta-feira (7), Boulos acusou esses líderes estaduais de formar o que chamou de um “consórcio de traição à pátria”, por defenderem que facções criminosas sejam enquadradas como organizações terroristas.
Segundo o ministro, classificar traficantes como terroristas não traria resultados reais no combate ao crime.
– “Você vai combater o tráfico mudando o nome? Isso não muda um ‘A’” – ironizou.
Boulos ainda atacou o que chamou de “política baseada no medo e no sangue”, em referência à postura mais rígida defendida por governadores conservadores. As críticas ocorreram após o lançamento do “Consórcio da Paz”, aliança entre governadores de centro e direita que pretendem unir esforços contra o avanço da criminalidade no país.
O ministro também aproveitou para criticar a Operação Contenção — ação policial que deixou mais de 120 mortos no Rio de Janeiro — e saiu em defesa do presidente Lula, que classificou o episódio como uma “matança”.
– “Dizer que uma operação que matou mais de 120 pessoas não foi uma matança? Então precisamos ressignificar a língua portuguesa” – declarou.
Tentando mostrar que o governo federal não tem sido omisso, Boulos citou a PEC da Segurança Pública e o PL Antifacção como medidas que, segundo ele, mostram o empenho do Planalto no combate ao crime organizado. Para o ministro, a diferença entre Lula e os governadores opositores estaria na motivação:
– “Eles fazem política com o medo, enquanto nós queremos enfrentar de verdade o problema da segurança, pegando o peixe grande.”
Em outro momento, Boulos criticou o apoio popular à operação no Rio, comparando-o a reações de décadas passadas:
– “A população aplaudiu o banho de sangue, assim como aplaudiu o massacre do Carandiru em 1992. Se esse sentimento pautar decisões de governo, daqui a pouco estaremos defendendo câmara de gás” – afirmou.
As declarações, vistas por muitos como um ataque direto aos estados que enfrentam o crime com firmeza, reacendem o debate sobre o papel do governo federal na segurança pública — tema que tem ganhado destaque também nos Estados Unidos sob a liderança do presidente Donald Trump, conhecido por sua defesa da lei e da ordem.
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