“Isso é só o começo”: CPI do INSS promete novas prisões e expõe políticos envolvidos em fraudes bilionárias
A CPI ainda deve votar a convocação de Edson Duarte, um dos alvos da operação deflagrada nesta quinta (13).
O presidente da CPI do INSS, Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou nesta quinta-feira (13) que novas prisões devem ocorrer por conta do gigantesco esquema de fraudes e desvio de aposentadorias descoberto pela Polícia Federal — escândalo que já levou à prisão o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
“Isso é só o começo. Tem muita gente que ainda vai ser presa. Tem muita estrutura pública que vai cair. Tem muita verdade que vai aparecer”, declarou Viana em sua conta no X (antigo Twitter).
O senador também revelou que há novos interessados em fazer delação premiada sobre o esquema criminoso.
“Há outras pessoas dispostas a fazer delação, inclusive a esta CPMI”, disse Viana a jornalistas, ao ser questionado sobre um possível acordo de colaboração do empresário Maurício Camisotti com a Polícia Federal.
A nova fase da Operação Sem Desconto cumpre 63 mandados de busca e apreensão, incluindo endereços ligados a parlamentares. Entre os alvos estão o deputado federal Euclydes Pettersen Neto (Republicanos-MG) — que teria vendido um avião a uma entidade envolvida nas fraudes — e o deputado estadual Edson Cunha de Araújo (MA), ex-presidente de uma entidade de pescadores suspeita de realizar descontos ilegais em benefícios. Nenhum dos parlamentares se manifestou até o momento.
Viana destacou que as próximas etapas da investigação devem se concentrar no chamado “primeiro núcleo”, composto, segundo ele, por políticos e servidores que, de governo em governo, sustentaram e protegeram o esquema.
“Os dois parlamentares não são os únicos. Há outros parlamentares que têm envolvimento e prestarão depoimentos no momento certo ao STF. Se a comissão entender que será necessária a convocação, ela será feita”, afirmou o presidente da CPI.
Questionado sobre quem seriam os outros parlamentares citados, Viana respondeu que não pode revelar detalhes no momento.
Vale lembrar que, ainda em setembro, o relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), já havia dito estar “muito convicto” de que as investigações chegariam a deputados e senadores. Em outubro, Gaspar afirmou que pretendia convocar Pettersen e o senador Weverton Rocha (PDT-MA).
O nome de Weverton aparece novamente porque ele mantém como administrador de uma de suas empresas o empresário Rodrigo Martins Correa, sócio da Voga, empresa responsável pela contabilidade dos negócios do conhecido “Careca do INSS”, inclusive de suas offshores.
A CPI ainda deve votar a convocação de Edson Duarte, um dos alvos da operação deflagrada nesta quinta (13).
Comentários (0)