Senado aprova recondução de Gonet com a maior rejeição da história da PGR
Na votação anterior, em 2023, Gonet havia recebido 65 votos favoráveis e apenas 11 contrários — uma diferença que mostra como o apoio desabou após as polêmicas envolvendo a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal (STF).
O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (12), por 45 votos a favor e 26 contra, a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República — em uma votação marcada por forte rejeição política. O resultado representa a menor aprovação de um PGR desde 1989, um claro sinal de desgaste e desconfiança entre os parlamentares.
Na votação anterior, em 2023, Gonet havia recebido 65 votos favoráveis e apenas 11 contrários — uma diferença que mostra como o apoio desabou após as polêmicas envolvendo a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Antes dele, o recorde de rejeição pertencia a Geraldo Brindeiro, no governo Fernando Henrique Cardoso. Em 2001, Brindeiro foi reconduzido com 55 votos favoráveis e 18 contrários. Outro caso de resistência foi o de Rodrigo Janot, indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que obteve 59 votos a favor e 12 contra em 2015.
A queda vertiginosa no apoio a Gonet vem logo após o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de “tentativa de golpe de Estado”. Senadores de oposição denunciam que a PGR agiu em conluio com o STF, alinhando-se a decisões que muitos consideram abusivas e politicamente direcionadas.
Durante sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Gonet tentou justificar sua atuação, mencionando ações da PGR em casos de “ataques ao Estado democrático”, fraudes contra o INSS, crime organizado e tráfico de pessoas.
No entanto, parlamentares de oposição o pressionaram sobre temas sensíveis: anistia aos presos do 8 de janeiro, pedidos de impeachment de ministros do STF e a duração interminável do inquérito das fake news.
Ao ser questionado sobre a anistia, Gonet declarou que “a decisão de se aprovar anistia cabe ao Congresso, mas que há polêmicas do ponto de vista jurídico” — sem explicar quais seriam essas “polêmicas”, o que gerou ainda mais desconfiança entre os senadores contrários à sua recondução.
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