EUA rejeitam oferta de Maduro de renunciar após 2 anos, diz NYT
Fontes do governo americano, citadas sob anonimato, afirmaram que representantes de Maduro ofereceram uma transição de dois a três anos para garantir uma saída “ordenada”. Ainda assim, para Washington, permitir que Maduro permaneça no comando seria impensável.
A Casa Branca, sob a liderança firme do presidente Donald Trump, teria rejeitado uma oferta feita pelo ditador venezuelano Nicolás Maduro para deixar o poder após um período de dois anos. A informação consta em uma investigação publicada nesta terça-feira (18) pelo The New York Times, revelando bastidores de negociações extraoficiais autorizadas pelo próprio presidente norte-americano.
Segundo o jornal, Trump deu “aval” para que a CIA conduzisse operações destinadas a preparar um “campo de batalha para ações futuras”, o que incluiu a retomada de conversas informais com o regime venezuelano. Nesses contatos, Maduro teria apresentado a Washington uma proposta de renúncia gradual — mas a Casa Branca considerou inaceitável qualquer plano que mantivesse o ditador no poder por mais tempo.
Fontes do governo americano, citadas sob anonimato, afirmaram que representantes de Maduro ofereceram uma transição de dois a três anos para garantir uma saída “ordenada”. Ainda assim, para Washington, permitir que Maduro permaneça no comando seria impensável.
Durante essas tratativas, Maduro também teria demonstrado disposição em abrir o acesso das empresas de energia dos Estados Unidos às vastas reservas petrolíferas da Venezuela. Paralelamente, Trump discutiu com líderes do Pentágono diferentes opções para a continuidade das ações militares que o Comando Sul conduz desde agosto na região do Caribe, próximo ao território venezuelano.
A reportagem aponta que, embora não esteja claro qual será o próximo passo do presidente Donald Trump em relação à Venezuela, as operações encobertas devem prosseguir — priorizando estratégias de pressão psicológica, ações de desgaste, além de operações cibernéticas e de informação.
Na semana passada, Trump declarou publicamente que estaria disposto a dialogar com Maduro e afirmou já ter tomado uma decisão sobre a Venezuela, sem revelar detalhes. Ao mesmo tempo, desencadeou a chamada operação Lança do Sul, mobilizando um dos maiores dispositivos navais recentes no Caribe: o porta-aviões Gerald R. Ford, vários navios de guerra e cerca de 12 mil militares, segundo autoridades americanas.
Desde agosto, os EUA já realizaram 21 ataques contra embarcações ligadas ao narcotráfico no Caribe e no Pacífico, destruindo 22 lanchas e resultando na morte de mais de 80 criminosos, segundo dados do Comando Sul.
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