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Globo perde na Justiça após tentar "manchar" a reputação de Gayer

As matérias da emissora acusavam Gayer de envolvimento em um episódio ocorrido em 2020, no auge da pandemia, quando enfermeiros afirmaram ter sido agredidos durante uma homenagem na Praça dos Três Poderes.

Globo perde na Justiça após tentar "manchar" a reputação de Gayer
Globo perde na Justiça após tentar "manchar" a reputação de Gayer (Foto: Reprodução)

A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nesta terça-feira (18), condenar o Grupo Globo a pagar R$ 80 mil, além de juros de mora, ao deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) por danos morais. A decisão foi unânime e determina ainda que o conglomerado retire do ar as reportagens do G1 e da TV Globo, inclusive do Jornal Nacional, veiculadas em maio de 2021.


As matérias da emissora acusavam Gayer de envolvimento em um episódio ocorrido em 2020, no auge da pandemia, quando enfermeiros afirmaram ter sido agredidos durante uma homenagem na Praça dos Três Poderes. O conteúdo do Grupo Globo insinuava que o hoje deputado estaria presente entre os supostos agressores — algo que ele sempre classificou como falso. Na época, Gayer nem sequer ocupava cargo parlamentar.

Após ser derrotado na primeira e na segunda instância em Goiás, Gayer levou o caso ao STJ, sustentando que foi injustamente etiquetado como “agressor de enfermeiros”, o que lhe trouxe ataques nas redes sociais e fortes danos emocionais e materiais.

A defesa do Grupo Globo insistiu que o “protesto era absolutamente público e ordenado” e que “não tinha como não ser divulgado”. Reforçou ainda que “a reportagem apenas divulga quem atacou e quem divulgou esse ataque verbal”. Segundo os advogados da emissora, “– Na rede social não há como se defender de uma agressão. Esse é o papel da imprensa”.

Mas a relatora, ministra Nancy Andrighi, não acolheu os argumentos da Globo. Em seu voto, ela destacou que “a atenção à forma de transmissão da informação deve ser redobrada em momentos de instabilidade institucional”, como o vivido durante a pandemia.

A ministra também citou um acordo firmado pelo Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal, no qual a categoria confirmou que Gayer não participou das agressões.


Os ministros Ricardo Villas Bôas Cueva, Moura Ribeiro, Daniela Teixeira e o presidente do colegiado, Humberto Martins, acompanharam o voto da relatora. O Grupo Globo ainda pode recorrer. Até o momento da publicação, a empresa manteve silêncio sobre a condenação.

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