PL aumenta pressão por anistia após condenação de Bolsonaro e aposta em nova estratégia
Até o momento, porém, não houve sinal verde oficial dos presidentes Hugo Motta (Republicanos-PB), na Câmara, ou Davi Alcolumbre (União-AP), no Senado.
Após a confirmação da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL decidiu intensificar a pressão no Congresso para tirar da gaveta a proposta de anistia aos perseguidos políticos dos atos de 8 de Janeiro.
Desde que Bolsonaro começou a cumprir a pena, na última terça-feira (25), parlamentares do PL têm se reunido constantemente com congressistas de outras siglas para viabilizar a votação ainda na primeira semana de dezembro. O objetivo é aprovar um perdão “amplo e irrestrito”, o que beneficiaria diretamente o ex-presidente.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), vem conduzindo as articulações e demonstra confiança de que o tema entrará em pauta nos próximos dias. Segundo ele, “vamos trabalhar com muita esperança de que a gente possa fazer justiça a todos os injustiçados do 8 de Janeiro, votando a anistia na semana que vem”.
PL arma estratégia alternativa no Congresso
Sóstenes também admitiu que o partido pode alterar a rota do projeto, dando início à tramitação pelo Senado, e não pela Câmara. A manobra é tratada nos bastidores como uma forma de acelerar o avanço da proposta e evitar que ela fique travada em uma das Casas.
“Nós ainda não decidimos o procedimento, são diálogos que estão acontecendo, duas, três vezes ao dia. Isso vai acontecer até na segunda-feira, e a gente espera, na segunda-feira, dar a boa notícia de votar na terça”, explicou.
Até o momento, porém, não houve sinal verde oficial dos presidentes Hugo Motta (Republicanos-PB), na Câmara, ou Davi Alcolumbre (União-AP), no Senado.
Embora ambos estejam em rota de colisão com o Palácio do Planalto — o que poderia facilitar o avanço — aliados próximos afirmam que o tema ainda enfrenta resistência. A avaliação é que a proposta toca diretamente na discussão sobre democracia e, por isso, enfrenta barreiras.
Na Câmara, cresce a tendência de se aprovar uma versão mais branda, que reduz penas — apelidada de “dosimetria” —, enquanto o PL segue defendendo a anistia total como ato de reparação.
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