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Sindicatos e Fenaj condenam contratação de Datena pela EBC

Segundo as entidades, a escolha revela ausência de um projeto sólido para a comunicação pública federal. Na avaliação dos grupos, “a gestão Lula não avançou na valorização profissional nem na reestruturação da empresa”, mesmo após quase três anos no poder.

Sindicatos e Fenaj condenam contratação de Datena pela EBC
Sindicatos e Fenaj condenam contratação de Datena pela EBC (Foto: Reprodução)

A contratação do apresentador José Luiz Datena pela EBC gerou forte reação entre entidades da imprensa. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e os sindicatos de jornalistas do DF, Rio e São Paulo divulgaram nesta quarta-feira (3) uma nota de repúdio, demonstrando descontentamento com a decisão do governo Lula.

Segundo as entidades, a escolha revela ausência de um projeto sólido para a comunicação pública federal. Na avaliação dos grupos, “a gestão Lula não avançou na valorização profissional nem na reestruturação da empresa”, mesmo após quase três anos no poder.

As organizações recordam que vêm alertando sobre problemas na EBC desde 2016. Citam que, durante o governo Jair Bolsonaro, enfrentaram pressões, tentativas de privatização e denúncias de censura — mas agora acusam o atual governo de manter o “desmonte”, termo usado por elas no comunicado.

O histórico de Datena também foi alvo de críticas. Em nota, a Fenaj afirma que o apresentador consolidou um tipo de “jornalismo” pautado pelo “desrespeito sistemático aos direitos humanos e pelo proselitismo político”, algo que, segundo os sindicatos, iria na contramão da legislação que orienta a comunicação pública.


Outro ponto contestado são os elevados gastos com programas terceirizados. As entidades citam o exemplo de produções como o “Sem Censura” e apontam que a contratação de Datena representaria investimentos milionários, mesmo diante de queixas do governo sobre limitações orçamentárias na EBC. Para os sindicatos, há uma contradição evidente na narrativa oficial.

Datena esteve com o presidente Lula (PT) no Palácio do Planalto na segunda-feira (1º). Ele assumirá um talk show semanal na TV Brasil e comandará um programa diário na Rádio Nacional, das 8h às 10h, incluindo entrevistas sobre segurança pública e outros assuntos de interesse nacional.

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