Venezuela: Opositor do regime de Nicolás Maduro morre na prisão

O vice-presidente do Foro Penal, Gonzalo Himiob, confirmou que a família foi comunicada da morte enquanto Alfredo estava sob tutela estatal.

A ONG venezuelana Foro Penal revelou neste sábado (6) que o ex-governador oposicionista de Nueva Esparta, Alfredo Díaz, morreu dentro de uma prisão venezuelana, sob custódia do regime chavista. O líder da instituição, Alfredo Romero, afirmou que Díaz estava preso há mais de um ano e “isolado”, em condições desumanas.

– Outro preso político que morre em prisões venezuelanas. Estava preso há um ano, isolado. Só permitiram uma visita de sua filha. Tinha 55 anos. É revoltante! O Estado é responsável pela saúde da pessoa sob sua custódia – declarou Romero no X, expondo mais um capítulo trágico da repressão promovida pelo regime de Nicolás Maduro.

O vice-presidente do Foro Penal, Gonzalo Himiob, confirmou que a família foi comunicada da morte enquanto Alfredo estava sob tutela estatal.

– Segundo o Protocolo de Minnesota (2016), trata-se de uma “morte potencialmente ilícita” que deve ser investigada de maneira objetiva e imparcial – ressaltou Himiob no X, apontando para a responsabilidade direta do governo.

O partido opositor Voluntad Popular (VP) afirmou que Díaz morreu “há horas” dentro da sede do Sebin, em Caracas – o temido “El Helicoide” –, supostamente após um infarto fulminante.

– Isto não é um fato isolado. É a consequência direta de um sistema que persegue, prende e destrói vidas para se sustentar no poder. Alfredo Díaz morreu sem liberdade, sem justiça e sem garantias mínimas, em uma prisão onde o regime decide quem vive e quem morre – denunciou o VP.

Sua esposa, Leynys Malavé, cobrou respostas imediatas do Estado e fez um desabafo chocante no Instagram:

– O que aconteceu com meu marido, o mataram?

Leopoldo López, líder opositor e referência internacional na luta contra o chavismo, afirmou que Díaz “estava há meses solicitando atendimento médico e o negaram”.

– Sua partida nos toca profundamente a quem caminhou com ele e compartilhou a luta pela liberdade – lamentou.

Díaz – ex-governador, ex-vereador e ex-prefeito, reconhecido por sua atuação no partido Acción Democrática – foi preso em novembro de 2024, logo após denunciar irregularidades nas eleições de julho daquele ano, consideradas fraudulentas pela oposição e que mantiveram Nicolás Maduro no poder. Pouco antes de sua prisão, ele também expôs o colapso elétrico em Nueva Esparta, algo que o governo tentou atribuir à oposição.

Mais um opositor morto sob o regime chavista. Enquanto democracias do mundo discutem liberdade e direitos humanos, a Venezuela continua acumulando denúncias de tortura, prisões políticas e violações graves. E o silêncio internacional segue constrangedor.