Relator da CPMI pede nova convocação de Lulinha após revelações da PF
De acordo com a PF, uma consultoria ligada ao Careca do INSS transferiu R$ 1,5 milhão à empresa de Roberta, em pagamentos sucessivos de R$ 300 mil. Ela foi alvo de busca e apreensão e passou a usar tornozeleira eletrônica durante operação deflagrada nesta quinta-feira (18).
O relator da CPMI do INSS, o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), protocolou nesta sexta-feira (19) um novo requerimento pedindo a convocação de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No início do mês, a comissão havia rejeitado um pedido semelhante após articulação da base governista para garantir maioria no colegiado. O tema voltou ao centro do debate depois que a Polícia Federal revelou que o lobista Antônio Carlos Camilo, conhecido como Careca do INSS, realizou repasses de R$ 300 mil a uma amiga de Lulinha, a empresária Roberta Luchsinger. Segundo a investigação, os valores eram destinados a alguém identificado como “o filho do rapaz”.
De acordo com a PF, uma consultoria ligada ao Careca do INSS transferiu R$ 1,5 milhão à empresa de Roberta, em pagamentos sucessivos de R$ 300 mil. Ela foi alvo de busca e apreensão e passou a usar tornozeleira eletrônica durante operação deflagrada nesta quinta-feira (18).
Os investigadores também encontraram trocas de mensagens entre o lobista e Roberta, com referências a “Fábio” e a “nosso amigo”. Apesar disso, a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça não cita Fábio Luís nominalmente.
Além disso, Alfredo Gaspar protocolou requerimento para a convocação de Roberta Luchsinger à CPMI. O relator também solicitou o depoimento do senador Weverton Rocha (PDT-MA), de seu ex-assessor Gustavo Gaspar e do ex-secretário-executivo do Ministério da Previdência Social Adroaldo Portal.
Segundo a PF, o trio atuava de forma coordenada, sob comando de Weverton Rocha, apontado como operador político do esquema. A investigação afirma que o senador seria sócio oculto do sistema de descontos ilegais e beneficiário final das operações financeiras da organização criminosa, utilizando assessores para receber valores de origem ilícita.
A PF chegou a solicitar a prisão preventiva de Weverton Rocha, mas o pedido foi negado por Mendonça. O ministro destacou que a detenção de um parlamentar exige cautela extrema:
“A decisão judicial que determina a prisão de um parlamentar acarreta efeitos drásticos em uma República, notadamente por inviabilizar o pleno exercício do mandato parlamentar. Por mais que seja possível citada medida, cuida-se de provimento judicial que exige extrema cautela”.
Para os investigadores, Weverton Rocha oferecia sustentação política ao esquema, garantindo a continuidade dos descontos irregulares no INSS.
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