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Prisão de Collor Sinaliza Rumo do STF para Futuro Julgamento de Bolsonaro

O reforço da jurisprudência contra a protelação nos recursos foi evidenciado no caso de Collor e, segundo integrantes da Corte, será replicado para réus do 8 de janeiro. O objetivo é acelerar a execução das penas e impedir manobras jurídicas que atrasem condenações definitivas.

Prisão de Collor Sinaliza Rumo do STF para Futuro Julgamento de Bolsonaro
Prisão de Collor Sinaliza Rumo do STF para Futuro Julgamento de Bolsonaro (Foto: Reprodução)

A recente prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, ordenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é vista internamente como um marco estratégico para o futuro julgamento de Jair Bolsonaro (PL). Segundo a Folha de S.Paulo, ministros e assessores da Corte interpretam a rejeição do segundo recurso de Collor como parte de uma linha dura consolidada desde o julgamento do mensalão.

O STF busca evitar que réus utilizem recursos repetitivos apenas para adiar o cumprimento de penas. Esse entendimento é visto como preparação para enfrentar os processos relacionados à suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 — cenário que envolve Bolsonaro e outros aliados.


STF quer acelerar o cumprimento de penas

O reforço da jurisprudência contra a protelação nos recursos foi evidenciado no caso de Collor e, segundo integrantes da Corte, será replicado para réus do 8 de janeiro. O objetivo é acelerar a execução das penas e impedir manobras jurídicas que atrasem condenações definitivas.

Outro ponto de atenção é a sinalização quanto ao regime de cumprimento de pena. Collor foi encaminhado a uma cela especial em um presídio comum, o que sugere que Bolsonaro, se condenado, também poderia não ter direito a prisão em unidade militar ou instalações da Polícia Federal.

Exército acompanha com preocupação

A eventual prisão de Bolsonaro gera inquietação entre generais e oficiais das Forças Armadas. Embora o ex-presidente seja capitão reformado, sua condição de ex-comandante-em-chefe não garante benefícios especiais caso a condenação seja definitiva.

Segundo a legislação, a prisão especial é um direito válido apenas enquanto o processo é provisório. Condenado em última instância, Bolsonaro seria tratado como qualquer outro cidadão e ainda poderia ser expulso do Exército mediante processo na Justiça Militar.

Pedido de domiciliar para Collor pode abrir precedente

A defesa de Collor solicitou que sua pena seja cumprida em prisão domiciliar, alegando doenças graves como Parkinson, transtorno bipolar e apneia do sono. A decisão do ministro Alexandre de Moraes sobre esse pedido pode criar parâmetros para futuros casos, inclusive no tocante a Bolsonaro.

A análise de condições médicas especiais poderá ser fator relevante para definir o regime de cumprimento da pena de figuras públicas de alta projeção política.

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