STF celebra imprensa livre e advogado rebate: ‘Não há nada a comemorar’
O jurista lembrou sua atuação em 2019, quando defendeu a revista Crusoé após a determinação do ministro Alexandre de Moraes, que proibiu a publicação da reportagem “O amigo do amigo de meu pai”.

O advogado Andre Marsiglia, especialista em liberdade de expressão e conhecido por atuar em casos de censura, rebateu uma publicação do Supremo Tribunal Federal (STF) que comemorava o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Marsiglia destacou que não há motivos para celebração, considerando a história recente de decisões do STF que, segundo ele, imõem censura a jornalistas.
O jurista lembrou sua atuação em 2019, quando defendeu a revista Crusoé após a determinação do ministro Alexandre de Moraes, que proibiu a publicação da reportagem “O amigo do amigo de meu pai”. O texto abordava a suposta ligação do ministro Dias Toffoli com Lula e a Odebrecht, envolvida na Operação Lava Jato.
“Fui o primeiro advogado dos inquéritos das fake news, defendendo a Crusoé e seu fundador da censura do STF. Ambos ainda estão nos inquéritos”, afirmou Marsiglia.
Críticas aos inquéritos e às medidas do STF
O advogado ressaltou que o caso da Crusoé ainda permanece sob investigação no inquérito das fake news, um procedimento aberto de ofício e mantido por mais de seis anos, o que considera uma anomalia no sistema processual brasileiro.
Marsiglia também citou casos de jornalistas exilados, como Allan dos Santos, nos Estados Unidos, e Oswaldo Eustáquio, na Espanha. Ambos tiveram extradições negadas pelos respectivos países, que consideraram que jornalismo e opinião não são crimes em democracias consolidadas.
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