Gleisi leva denúncia ao STF contra Gilvan da Federal

De acordo com a representação apresentada por Gleisi, Gilvan teria utilizado expressões ofensivas e de cunho misógino ao se referir à ministra, chamando-a de “amante” durante sua fala.

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann, ingressou no último domingo (4) com uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES). A ação judicial tem como base declarações feitas pelo parlamentar durante uma reunião da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, realizada em 29 de abril.

De acordo com a representação apresentada por Gleisi, Gilvan teria utilizado expressões ofensivas e de cunho misógino ao se referir à ministra, chamando-a de “amante” durante sua fala. A defesa da petista sustenta que a ofensa não apenas fere sua honra, mas também configura violência política de gênero, reforçando estigmas e preconceitos direcionados a mulheres que ocupam posições de liderança.

Os advogados de Gleisi argumentam que o termo utilizado pelo deputado se apoia em uma narrativa falsa e já desmentida, relacionada à Operação Lava Jato, na qual a parlamentar teria sido indevidamente vinculada a uma lista de políticos supostamente beneficiados por repasses da empreiteira Odebrecht. Segundo a queixa, o uso da palavra “amante” busca descredibilizá-la publicamente e deslegitimar sua atuação política.

Além dos crimes de injúria e difamação, a petição ressalta os agravantes legais previstos quando os ataques envolvem preconceito de gênero ou se dirigem a autoridades públicas no exercício de suas funções. O caso agora está sob análise do STF, que deverá decidir se aceita a denúncia para dar início a uma eventual ação penal contra o deputado.

O episódio reacende o debate sobre a violência política direcionada a mulheres, especialmente no ambiente parlamentar, onde ofensas pessoais são, muitas vezes, usadas como instrumento de intimidação e deslegitimação.