Manifestação convocada por Bolsonaro provoca interdições na Esplanada e restrições no acesso ao Congresso
O encontro está marcado para as 16h, na Torre de TV de Brasília.

A manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para esta quarta-feira, 7 de maio, em Brasília, contará com o fechamento de parte da Esplanada dos Ministérios e a instalação de barreiras policiais em frente ao Congresso Nacional.
Este será o primeiro grande ato presencial de apoiadores de Bolsonaro na capital federal desde os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023. A mobilização tem como objetivo pressionar o Congresso a apreciar o projeto de anistia para os condenados pelos atos de vandalismo ocorridos na ocasião — proposta que, segundo especialistas, pode incluir dispositivos favoráveis ao próprio ex-mandatário.
O encontro está marcado para as 16h, na Torre de TV de Brasília. De lá, os manifestantes seguirão em caminhada até a Avenida José Sarney, uma das vias de acesso à Praça dos Três Poderes. Nesse ponto, localizado entre o Ministério da Justiça e o Palácio do Itamaraty, haverá estruturas de contenção para limitar o avanço dos participantes em direção aos edifícios dos Três Poderes. O trajeto total do protesto será de cerca de três quilômetros.
Durante reunião realizada nesta segunda-feira (5) na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), foi decidido que três das seis faixas do Eixo Monumental e da Esplanada dos Ministérios serão interditadas em razão do ato convocado por Jair Bolsonaro.
Duas das faixas serão destinadas aos manifestantes, enquanto a terceira ficará reservada para a circulação dos veículos da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). As demais continuarão liberadas para o tráfego comum de automóveis.
Na ocasião, os organizadores do evento apresentaram projeções variadas quanto ao público esperado, com estimativas que vão de 2,5 mil a 5 mil participantes. A previsão é que a manifestação seja concluída entre 17h30 e 18h.
O deputado distrital Thiago Manzoni (PL), que esteve presente na reunião, informou que as autoridades de segurança solicitaram o auxílio dos organizadores para repassar corretamente as orientações do governo local aos participantes do ato.
“O principal pedido dos organizadores é que sejam respeitadas essas duas faixas que estarão bloqueadas, para que o trânsito não seja prejudicado e que os manifestantes atendam a todos os pedidos das forças de segurança. Eles [membros da segurança pública] pediram parceria dos organizadores, o que foi pronto atendido pelo pessoal da organização, no sentido de transmitir as informações dos pedidos das forças de segurança”, disse Manzoni.
Seguindo o modelo das manifestações anteriores apoiadas por Jair Bolsonaro, o evento desta quarta-feira terá como organizador o pastor evangélico Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Em entrevista ao Estadão, Malafaia afirmou que, além do esquema de segurança, a manifestação será registrada em vídeo por participantes ao longo de todo o trajeto. Um trio elétrico será posicionado à frente do público.
“Vai ter um trio elétrico e vem quem tiver, e vamos embora. Vamos fazer uma caminhada pacífica até o Congresso Nacional”, disse Malafaia.
Recebendo alta hospitalar no último domingo (4), o ex-presidente Jair Bolsonaro demonstrou intenção de participar da marcha prevista até o Congresso Nacional. No entanto, os médicos responsáveis por sua recuperação recomendaram que ele não compareça ao evento, devido ao risco de infecção relacionado à presença em aglomerações. Bolsonaro passou 22 dias internado após se submeter a uma cirurgia intestinal de alta complexidade.
A convocação para o ato ocorreu no mesmo dia em que veio a público que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, elaborou um projeto alternativo de anistia para os envolvidos no 8 de janeiro.
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